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Na cúpula virtual do BRICS, Lula diz que países são 'vítimas' de práticas ilegais e chantagem tarifária

O presidente do Brasil participa nesta segunda-feira (8) da Cúpula Virtual do BRICS 2025, junto a Vladimir Putin, Xi Jinping e demais líderes do grupo. A reunião foi convocada para definir as estratégias do grupo nos próximos fóruns multilaterais, como a Assembleia Geral da ONU, a COP30 e o G20 frente as novas tarifas comerciais dos Estados Unidos.
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Durante a Cúpula Virtual do BRICS, o presidente Lula destacou no contexto do conflito ucraniano que as sanções secundárias do Ocidente à Rússia visam as economias dos países que integram o bloco do Sul Global.

"A introdução de medidas extraterritoriais ameaça nossas instituições, as sanções secundárias limitam nossa liberdade de fortalecer o comércio entre países amigos, 'dividir para reinar' é uma nova estratégia de ação unilateral, e o BRICS devem demonstrar que a cooperação está acima de tudo", disse Lula.

Lula defendeu ainda a soberania digital alertando para o risco de interferência estrangeira em espaços digitais não regulados. O presidente Lula criticou o que chamou de "chantagem tarifária".

"A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas."

O presidente acrescentou que sanções secundárias restringem a liberdade de fortalecer o comércio com outros países.
Para além disso, o presidente abordou a situação na Ucrânia e enfatizou que é necessário abrir caminho para uma solução realista do conflito, que leve em conta os interesses legítimos de todas as partes interessadas, uma posição apoiada pelo presidente chinês Xi Jinping.

"O presidente Lula falou sobre a crise ucraniana e o conflito na Faixa de Gaza. Concordo com a posição do Brasil e tenho certeza de que estamos todos unidos nessas questões", disse Xi.

O BRICS resistirá ao teste da turbulência internacional e continuará seu desenvolvimento sustentável e de longo prazo, acrescentou o presidente chinês ao afirmar ainda que os membros do grupo devem aproveitar seus pontos fortes, "aprofundar a cooperação prática e alcançar resultados mais frutíferos em áreas como comércio, finanças, ciência e tecnologia", segundo a CCTV.
O líder chinês destacou ainda que o BRICS deve manter a abertura e proteger a ordem econômica e comercial internacional, e avaliou que quanto mais estreita for a cooperação entre seus Estados-membros, mais confiantes eles responderão aos desafios externos.

"Alguns países estão continuamente iniciando guerras comerciais e tarifárias, o que está afetando seriamente a economia global e minando as regras do comércio internacional", disse Xi.

A África do Sul apoia a iniciativa de reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), e os países do BRICS devem apoiar mudanças nessa organização, afirmou o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, na extraordinária cúpula virtual do BRICS realizada nesta segunda-feira.
Segundo o líder sul-africano, o comércio global está passando por mudanças drásticas que criam não apenas desafios, mas também oportunidades para remodelar a economia global, acrescentando que a incerteza comercial afeta o crescimento econômico da África do Sul.
Ramaphosa defendeu que um compromisso com a redução sustentável de barreiras não tarifárias permitiria que o BRICS se tornasse um parceiro comercial estável e mutuamente benéfico que fortalecem a resiliência das economias dos países-membros.

"O BRICS precisa refletir sobre seu papel na promoção do crescimento econômico global, no combate à pobreza e na defesa do multilateralismo", afirmou Ramaphosa.

A transição de um mundo unipolar para um mundo multipolar está acontecendo, disse o presidente, acrescentando que os países do BRICS estão na vanguarda da defesa de reformas das instituições multilaterais.
Participaram da Cúpula Virtual os líderes de China, Egito, Indonésia, Irã, Rússia, África do Sul, além do príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, do chanceler da Índia e do vice-ministro das Relações Exteriores da Etiópia.
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