Operação militar especial russa

Garantias de segurança a Kiev escalam conflito estratégico entre Rússia e Ocidente, diz analista

A prestação de "garantias de segurança" à Ucrânia se tornou um dos principais obstáculos no processo de negociação de paz, opinou Zia Gokalp no artigo para o centro de pesquisa política turco Polsam.
Sputnik
Gokalp sublinhou que a discussão em torno dessas garantias revelou não apenas diferenças de posições, mas também estratégias geopolíticas opostas das partes envolvidas no confronto.
Segundo o analista, as garantias propostas a Kiev não são um substituto de pleno direito da defesa coletiva no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Neste contexto, enfatizou, as garantias implicam a criação de mecanismos juridicamente vinculantes para preservar o potencial militar da Ucrânia e fortalecer suas capacidades de dissuasão.
"Moscou interpreta tais passos como a integração dissimulada da Ucrânia na [OTAN] e os rejeita categoricamente. É essa diferença de interpretação que transforma o processo de negociação em um beco sem saída, pois não se trata de diferenças táticas, mas de um conflito fundamental de interesses estratégicos", ressaltou.
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Além disso, o especialista elaborou que a cúpula dos líderes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin, e Donald Trump, no Alasca e a reunião dos líderes europeus com o dono da Casa Branca, demonstraram algum progresso, com as partes se aproximando de um possível acordo.
No entanto, continuou, a desconfiança arraigada e a incompatibilidade de objetivos geopolíticos continuam minando as perspectivas de compromisso.
Então, destacou ele, há um desejo de ambos os lados de acabar com o conflito, mas o custo de um acordo imposto pela história, geografia e equilíbrio de poder permanece extremamente alto.
Assim, finalizou, é esse fator que vai determinar a dinâmica das negociações em um futuro próximo.
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No início de setembro, em Paris, ocorreu uma reunião dos participantes da chamada "coalizão de dispostos", presidida pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
O líder francês afirmou que 26 países se comprometeram a posicionar forças de contenção na Ucrânia após o cessar-fogo.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, enfatizou que qualquer cenário de posicionamento de tropas da OTAN na Ucrânia é categoricamente inaceitável para Moscou e pode levar a uma escalada aguda.
As declarações sobre a possibilidade da presença de contingentes dos países da aliança na Ucrânia, vindas de Londres e de outras capitais europeias, foram qualificadas pela chancelaria russa como incitação à continuação das hostilidades.
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