O analista destacou que as visões de Lula e Lavrov são bastante próximas em questões como a multipolaridade, a carta da ONU e seus princípios fundadores.
"Acredito que esse alinhamento se dá justamente na crítica à forma como a ONU tem atuado: Lula questionou sua eficácia porque estamos presenciando um genocídio em Gaza", ressaltou.
Machado acrescentou que a eficácia da organização deve ser questionada também devido ao fato de que algumas autoridades brasileiras não puderam participar da reunião da Assembleia Geral da ONU.
Nesse contexto, enfatizou, muitos países enfrentaram questões semelhantes, que estão ligadas ao fato de a sede da ONU estar localizada nos EUA.
Todavia, o analista finalizou que há uma diferença entre Lula e Lavrov: enquanto o líder brasileiro parece mais otimista e acha que bastam uns pequenos ajustes na ONU, a Rússia defende mudanças mais profundas.
Ontem (27), o chanceler russo, Sergei Lavrov, criticou a atual estrutura da ONU, ressaltando que ela não reflete o novo equilíbrio global e sofre influência excessiva dos países ocidentais. Ele defendeu a democratização do Conselho de Segurança, com maior representação da Ásia, África e América Latina.
Paralelamente, o presidente brasileiro questionou a eficácia da ONU, destacando a perda de relevância diante das crises internacionais, como a situação em Gaza, e as limitações impostas aos países no acesso às discussões da organização.