"O Brasil aposta no multilateralismo, na autonomia estratégica. A Venezuela tem uma estratégia de confrontação direta, uma abordagem regionalista, uma postura anti-Estados Unidos na região. E a Colômbia, a meu ver, busca misturar um alinhamento securitário tradicional […] com demandas de autonomia econômica."
"[É] Uma abordagem híbrida, que você tem ali uma mistura de coerção econômica e assertiva politicamente por parte dos Estados Unidos, que corre contra uma tendência multipolar da região, de diversificação de interesses com agendas comuns."
Afastar-se não significa romper
"Essa coesão do Sul Global, reforçada pelo papel do BRICS e por iniciativas de fomento […] à infraestrutura, como os corredores bioceânicos no Brasil, […] oferece alternativas reais ao eixo tradicional do sistema internacional, que é o eixo Washington-Bruxelas. Acho que essa aproximação com novos parceiros no Sul Global tende a reduzir essa margem de influência dos Estados Unidos."
"O Sul Global vem buscando ofertar, oferecer alternativas, e essas alternativas vêm surtindo algum efeito entre os países do Sul Global, fazendo com que a maioria desses países passem a gravitar mais no entorno de países como a China, principalmente pelo seu poder econômico; como a Rússia, no seu papel importante na indústria de defesa; e também países como o Brasil, que tem uma ótima interlocução com países do Sul Global e do Norte Global."