Em coletiva concedida nesta segunda-feira (13), o ambientalista foi direto: a ausência do Norte Global, especialmente da Europa, nas discussões preparatórias é "uma grande lacuna".
"A grande maioria dos países que se manifestaram foram países em desenvolvimento: China, Paquistão, Índia, África do Sul… A Europa não se manifestou", queixou-se.
"Reafirmaram a importância dessa COP, reafirmaram o apoio à presidência do Brasil. […] Mas o que me chamou mais a atenção foi a ausência da Europa", disse Guimarães, ao comentar as manifestações ocorridas até agora na rota preparatória Baku-Belém, respectivas sedes das COPs 29 e 30.
Guimarães não apenas ressaltou o silêncio europeu, como cobrou a responsabilidade dos países desenvolvidos. "Nós não fomos causadores do problema climático, pelo menos não na dimensão que a gente enxerga, mas a gente precisa de recursos para poder executar."
Segundo Guimarães, países insulares e nações menores também expressaram seu comprometimento, mas deixaram claro que a falta de financiamento adequado é uma barreira.
"O Suriname, por exemplo, falou: 'Nós vamos precisar de dezenas de bilhões de dólares para fazer nossa adaptação, não temos esse recurso'. O importante foi isso: o Sul Global mostrou compromisso e vontade de fazer, mas nos falta recurso", salientou.
Nesse contexto, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) foi citado diversas vezes de forma positiva. "Florestas têm que ficar em pé. Para a floresta ficar em pé, precisa de dinheiro. O TFFF vai nessa direção", reforçou Guimarães.