A declaração foi feita após o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, propor a transferência de 50% dos chips produzidos para exportação aos EUA das fábricas taiwanesas para novas plantas em solo estadunidense — uma medida rejeitada pela vice-primeira-ministra de Taiwan, Cheng Li-chun, em 2 de outubro.
"Os setores mais competitivos de Taiwan deveriam se desenvolver de forma estável, mas agora estão confusos e agindo às pressas", disse Chen Binhua.
Segundo o porta-voz, a iniciativa reflete o princípio de "América em primeiro lugar" seguido por Washington e demonstra a fragilidade da alegada "melhor fase das relações" entre os EUA e Taiwan, proclamada pela administração do Partido Democrático Progressista.
"Os constantes compromissos das autoridades da ilha só farão com que os Estados Unidos pressionem ainda mais e explorem suas fraquezas", advertiu Chen.
Segundo ele, a indústria de microchips — o setor mais competitivo de Taiwan — está sendo transformada em um ponto vulnerável sob a influência estadunidense.
Chen também acusou o governo de Taipé de "trair os interesses de Taiwan" ao buscar apoio externo.
"A raiz do problema está na tentativa da administração do Partido Democrático Progressista de buscar a independência com base em forças externas, demonstrando submissão aos EUA e traindo os interesses de Taiwan", declarou.
Taiwan é um dos maiores produtores do mundo de semicondutores, essenciais para automóveis, smartphones e equipamentos militares. A TSMC, principal empresa do setor, tornou-se em 2024 a líder global em receita, ultrapassando Intel e Samsung Electronics.
O debate surge em meio a relatos do Wall Street Journal de que Washington planeja equilibrar o volume de chips fabricados por empresas estrangeiras nos EUA com o total atualmente importado, intensificando a disputa tecnológica com Pequim e aumentando a pressão sobre a indústria estratégica de Taiwan.