"O ministro das Relações Exteriores de nosso país, expressando preocupação com os recentes acontecimentos entre Afeganistão e Paquistão, destacou a necessidade de autocontenção, de interromper os confrontos e resolver as divergências por meio do diálogo e da negociação. Ele lembrou que a continuação do conflito entre essas duas nações muçulmanas irmãs leva não apenas a perdas humanas, mas também ameaça a estabilidade de toda a região", diz o comunicado.
No início do mês, um drone atacou um veículo Land Cruiser no cruzamento de Abdul Haq, em Cabul, resultando na suposta morte do líder dos talibãs paquistaneses, Noor Wali Mehsud. Conforme a mídia local, ele foi morto em um ataque aéreo de precisão no centro da capital afegã. Na madrugada do mesmo dia, caças da Força Aérea do Paquistão bombardearam a província de Paktika, no leste do Afeganistão.
Na sequência, começaram intensos combates ao longo da Linha Durand — fronteira não reconhecida pelo Afeganistão — entre os dois países. No mesmo dia, o Ministério da Defesa afegão anunciou o fim bem-sucedido de uma "operação de retaliação" contra o Paquistão.
Na última semana, novos confrontos entre as forças armadas do Afeganistão e do Paquistão foram registrados no distrito de Shorabak, na província afegã de Kandahar. No mesmo dia, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão informou ter chegado a um acordo com o Afeganistão para um cessar-fogo temporário de 48 horas.
Veículos de imprensa afegãos informaram que o líder dos talibãs paquistaneses estava vivo e divulgou uma mensagem em vídeo. Na última sexta-feira (18), Paquistão e Afeganistão concordaram em estender o cessar-fogo até o término das negociações previstas em Doha.