Ao mesmo tempo, o presidente norte-americano declarou que pretende viajar à China no início de 2026, a convite de Pequim.
"Fui convidado para ir à China e farei isso no início do próximo ano. Está mais ou menos planejado", disse Trump a repórteres ao receber o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, na Casa Branca, mais cedo.
Na última sexta-feira (17), Trump declarou que a tarifa de 100% sobre produtos chineses não era sustentável, mas que ele fora forçado a adotá-la por conta da postura chinesa.
"Acho que vamos nos sair muito bem com a China. A China não quer conflito", disse Trump a jornalistas na Casa Branca. "Temos o melhor de tudo, e ninguém vai mexer com isso. Acredito que vamos fechar um acordo comercial muito forte. Ambos ficaremos satisfeitos."
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também anunciou que se reuniria com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, na semana que vem, na Malásia. De acordo com o Financial Times (FT), o encontro é visto como um possível avanço nas relações comerciais e pode influenciar a realização da cúpula entre Trump e seu homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul.
Apesar de ter sugerido anteriormente que não valeria a pena se reunir com Xi, Trump mudou de posição.
Tensões bilaterais
As tratativas ocorrem em meio a tensões crescentes, após a China anunciar controles rigorosos sobre a exportação de terras raras e minerais essenciais. As novas regras exigem aprovação chinesa para o envio de ímãs que contenham traços de terras raras ou que tenham sido produzidos com tecnologia chinesa.
Essas medidas são uma versão chinesa da regra de produtos estrangeiros diretos dos EUA, usada por Washington para restringir exportações de semicondutores para a China. Bessent classificou a atitude como uma "escalada substancial e não provocada", enquanto Trump reagiu com a ameaça de uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses, elevando a taxa média para 157%.
As primeiras restrições chinesas foram introduzidas em abril, como resposta às tarifas impostas pelo governo Trump. A escassez afetou a produção automotiva nos EUA e levou Washington a negociar.
A China domina amplamente o setor: responde por 70% da mineração, 90% do processamento e 93% da fabricação de ímãs de terras raras. O governo chinês afirma que as novas regras visam proteger sua segurança nacional e evitar o uso indevido desses materiais em aplicações militares e sensíveis — o mesmo argumento usado por Washington.