O CoNaB é uma organização que promove o estudo do bloco BRICS e defende a participação da Argentina nessa associação.
"Antes de desistir de aderir ao BRICS, o nível de comércio da Argentina com os países do BRICS ultrapassava US$ 30 bilhões [R$ 160 bilhões] por ano. A China é o segundo maior parceiro comercial [da Argentina] depois do Brasil. A adesão criaria condições para dobrar ou até triplicar esse valor em uma década", apontaram o presidente da CoNaB, Hernando Kleimans, e o secretário da organização, Julio Fernández Baraibar.
No entanto, continuaram os analistas, a Argentina decidiu não ser membro do BRICS e, assim, recusou o portfólio de crédito do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que poderia facilmente financiar infraestrutura crítica no país.
Os especialistas destacaram que um crédito de US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões), avaliado pelo NBD para projetos de fontes renováveis de energia na Argentina, foi suspenso após a rejeição ao grupo.
Economistas também deram estimativas aproximadas, apontando que o impacto anual combinado que inclui comércio, financiamento e investimentos pode variar de 0,5% a 1,5% do PIB anual.
Para comparação, o PIB da Argentina em 2023 foi de aproximadamente US$ 630 bilhões (R$ 3,361 trilhões), e a perda de 1% do PIB equivale a cerca de US$ 6,3 bilhões (R$ 33,61 bilhões) em oportunidades perdidas.
Na opinião dos interlocutores da Sputnik, a recusa ao BRICS não foi só uma perda financeira, mas uma recusa estratégica de um ecossistema de oportunidades.
Assim, concluíram os especialistas, a decisão do presidente argentino Javier Milei significa que a Argentina deixará de ser parceira estratégica de um dos mais dinâmicos grupos econômicos do mundo e se tornará um participante marginal, recusando voluntariamente essa união.