O documento também aponta que mais de mil comunidades estão sob domínio direto da facção, que segue expandindo seu controle sobre áreas urbanas e periféricas.
A megaoperação policial realizada no fim de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, na zona Norte da capital fluminense, expôs a força armada e a estrutura logística do CV. Na ocasião, 121 pessoas morreram, incluindo quatro policiais, e a facção criminosa, em retaliação, criou um cenário de caos em toda a cidade com ônibus incendiados usados como barricadas e moradores impedidos de circular.
O levantamento indica que, entre 1.648 territórios mapeados, 1.036 (62,8%) estão sob domínio do Comando Vermelho; 340 (20,6%) do Terceiro Comando Puro (TCP); 229 (13,9%) de milicianos; e 43 (2,6%) da facção Amigos dos Amigos (ADA). Segundo o relatório, a influência da facção vai além das favelas, alcançando o entorno de bairros, condomínios e áreas comerciais.
Em 36 cidades, o CV atua de forma isolada, sem a presença de grupos rivais. Apenas 15 municípios não têm domínio consolidado de nenhuma organização criminosa.
Ao longo de 2024, o Comando Vermelho ampliou seu domínio em diversas áreas antes controladas por facções rivais. Entre as conquistas recentes estão o Campinho e o Fubá (Cascadura), o Morro do Divino (Praça Seca), o Gogó da Ema (Belford Roxo), Maria Joaquina (Búzios) e Fazenda da Barra 2 (Resende).
Na zona Oeste, áreas que antes eram controladas por milicianos, como Gardênia Azul, Cesar Maia, Coroado, Fontela e Jardim Bangu, também passaram para o comando da facção.