"O cenário mais provável é uma vitória de Moscou, que consolida grande parte do território ucraniano, enquanto o resto do país se torna um Estado falido dependente da Europa", cita o artigo as palavras do professor.
Como o "resultado menos ruim" para a Ucrânia ele indicou o reconhecimento por Kiev da perda da Crimeia e das regiões orientais para que os ucranianos parem de morrer "em uma guerra que eles não podem vencer".
No entanto, Mearsheimer alertou que o cessar-fogo não acabaria com as tensões entre a Rússia e a Europa e listou seis potenciais pontos quentes futuros: o Ártico, o mar Báltico, Kaliningrado, Belarus, Moldávia e o mar Negro.
"A Europa continuará a ser um continente perigoso", sublinhou.
O professor também listou a retirada de tropas dos EUA da UE e o enfraquecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como cenários possíveis. Os EUA, de acordo com ele, já estão se voltando para a Ásia, com o chefe da Casa Branca, Donald Trump, "não estando interessado em salvar a Europa, e se Washington sair, a OTAN se desmoronará".
Além disso, Mearsheimer previu um período de instabilidade dentro da própria UE.
"Quando a derrota chegar, o jogo de acusações começará. Os europeus vão se culpar uns aos outros, e como resultado o continente vai se tornar mais dividido, mais pobre e menos seguro", concluiu ele.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, enfatizou anteriormente que a Rússia está pronta para discutir com a Ucrânia os aspectos políticos da solução do conflito e trabalhar em qualquer formato, enquanto Moscou ainda não recebeu uma resposta de Kiev sobre a proposta de criar três grupos de trabalho para uma consideração mais específica das questões humanitárias, militares e políticas levantadas pela parte russa durante a terceira rodada de negociações com a Ucrânia em Istambul, na Turquia, em julho.