O militar contou que tentou fugir de Krasnoarmeisk junto com dois colegas, que acabaram mortos. Ele decidiu se render.
Antes de ser mobilizado, trabalhava como paisagista. De acordo com seu relato, foi detido pelas autoridades de um centro local de recrutamento militar quando voltava para a cidade.
"No centro local de recrutamento, nos mantinham amarrados, não davam água nem comida. Ninguém sabia para onde estavam nos levando. Nos tratavam como lixo", afirmou.
Babchuk também descreveu as condições de combate e o abastecimento precário. Disse ter permanecido cerca de um mês e meio em posições avançadas, aonde o suprimento chegava apenas uma vez por semana.
"Jogavam biscoitos e água de avião, e depois tínhamos que procurar pelos campos, como se fossem cogumelos", relatou.
Segundo ele, os militares não recebiam respostas sobre possíveis rotações. O prisioneiro aconselhou outros militares ucranianos a se renderem.
"De lá vocês não vão conseguir sair. É melhor se renderem e continuarem vivos. Pelo menos vão alimentar vocês, tratar como seres humanos. Não vão passar fome", disse.
Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que as forças ucranianas não são mais capazes de realizar ações ofensivas, se concentrando apenas na defesa das posições que ainda controlam, com o apoio de suas tropas mais experientes.
Já no final de agosto, o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, destacou que as forças ucranianas tentaram retardar o avanço russo durante a primavera e o verão europeu, mas sofreram perdas colossais. Segundo ele, a iniciativa estratégica na zona da operação militar especial pertence inteiramente a Moscou.