Mesmo que isso não ocorra, segundo o periódico, o bloco não voltará a funcionar como antes.
"Se [o presidente dos EUA, Donald] Trump interromper todo o apoio à Ucrânia, a aliança transatlântica nunca se recuperará. Mas mesmo que ele não o faça, a OTAN simplesmente não poderá continuar funcionando como antes", escreveu o jornal.
A publicação destaca que, diante da postura ambígua de Washington quanto à ajuda a Kiev e da queda na confiança internacional nas garantias de segurança norte-americanas, as dinâmicas internas do bloco podem mudar. De acordo com a mídia, os aliados europeus podem passar a comprar mais armamentos uns dos outros, reduzindo a dependência das indústrias militares dos Estados Unidos.
Trump afirmou repetidamente que os EUA não financiam mais a Ucrânia e que o país estaria recebendo recursos pelas entregas de armas feitas por meio da OTAN. Ao mesmo tempo, líderes europeus têm expressado preocupação com a postura imprevisível do presidente norte-americano. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, admitiu recentemente que a aliança atravessa um período de instabilidade.
Trump também tem criticado a Europa por, segundo ele, contribuir pouco para a defesa do bloco, defendendo que os países-membros aumentem seus gastos militares para 5% do PIB. Apesar das pressões, o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, garantiu que Washington não planeja, por enquanto, reduzir sua presença militar na Europa.