Segundo ele, a estratégia europeia não se limita à Ucrânia, e os recentes ataques a navios comerciais nas águas do mar Negro e perto da costa do Senegal se enquadram na mesma lógica de escalada promovida por países europeus.
"O bombardeio de embarcações ligadas à Rússia na zona turca de busca e salvamento e na plataforma continental, bem como o ataque a um navio turco na costa do Senegal, indica que a Europa busca alargar a guerra para a Turquia", disse Gocmen.
O especialista acrescentou que tentar envolver a Turquia, país que sediou negociações desde o início da crise e desempenhou papel fundamental no acordo de grãos, revela o grau de cegueira política dos europeus.
Na avaliação do analista, o plano da Europa de realizar um "ataque preventivo" contra a Rússia, o rearmamento do exército alemão de 500 bilhões de euros (R$ 3,177 trilhões) e o aumento do orçamento de defesa da Polônia em 40% em 2025 apontam para uma confrontação cada vez mais profunda.
"Os países europeus estão dispostos a preferir uma guerra em grande escala a um acordo difícil, mas realista. A estratégia de infligir à Rússia uma 'derrota estratégica' pode parecer atraente em teoria, mas o preço a ser pago será doloroso para toda a humanidade", concluiu.
Anteriormente, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Grushko, afirmou que capitais europeias vêm se preparando propositalmente para um confronto armado com Moscou, que consideram inevitável.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia não pretende entrar em guerra com a Europa, mas que, se isso acontecer, Moscou está pronta. Putin acrescentou ainda que, caso a Europa inicie de forma abrupta um confronto com a Rússia, poderá surgir rapidamente uma situação em que Moscou não terá com quem negociar.