"Eu espero, que meu amigo Macron, e a primeira-ministra Meloni da Itália, assumam a responsabilidade de no sábado agora [...] de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo de perder competitividade com o povo brasileiro", disse ele, durante reunião do Conselho de Participação Social, no Palácio do Planalto, em Brasília
O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (16) os mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas vinculadas ao acordo da União Europeia com o Mercosul.
A facilitação das exportações agrícolas brasileiras tem sido motivo de preocupação por parte de alguns países europeus, como a França. "O presidente Macron está muito preocupado com produtores rurais franceses, com a competitividade com o Brasil, mesmo dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França."
Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes, e nós estamos cedendo mais do que eles."
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estará no próximo sábado (20) na Cúpula do bloco em Foz do Iguaçu, e a expectativa é de que o acordo, que está sendo negociado ha 26 anos, seja assinado no evento.
No domingo (14), a França solicitou o adiamento da assinatura do tratado do acordo, alegando que o formato atual do texto é inviável para o setor agropecuário, que teme que as importações de commodities sul-americanas prejudiquem suas produções, devido aos preços mais competitivos.
Entre os países favoráveis ao acordo estão Alemanha, Espanha, Países Baixos, Portugal e Suécia. Para eles, o Mercosul é estratégico para diversificar alianças comerciais, reduzir dependência da China e garantir acesso a minerais essenciais para a transição energética. O tratado abriria ainda mercado para produtos europeus como vinhos, queijos e máquinas, enquanto o bloco enfrenta desafios econômicos e tarifas elevadas nos EUA.
Os opositores alegam que o acordo prejudicaria agricultores europeus, tornando os produtos do Mercosul mais competitivos devido ao menor custo de produção. Também levantam preocupações ambientais, afirmando que o tratado poderia acelerar o desmatamento na Amazônia e permitir o uso de agrotóxicos proibidos na Europa. O Brasil tem rebatido tais alegações, destacando seu Código Florestal e práticas sustentáveis, embora reconheça desafios como o desmatamento ilegal.