Panorama internacional

Trump quer não só petróleo venezuelano, mas hegemonia na América Latina, opina especialista

As reservas de petróleo da Venezuela não são o principal objetivo americano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer promover sua hegemonia na América Latina, expressou a opinião em entrevista à Sputnik o economista egípcio Ahmed Mustafa.
Sputnik
Nesta quarta-feira (17), Trump ameaçou a Venezuela com um choque sem precedentes, exigindo que a República Bolivariana devolvesse petróleo, terras e outros ativos supostamente "roubados" dos EUA.
A declaração veio em meio à sua promessa, feita em 12 de dezembro, de começar em breve a atacar traficantes de drogas em terra como parte da luta dos Estados Unidos contra o tráfico de drogas ao largo da costa das Américas Central e do Sul.
No entanto, de acordo com a opinião do especialista egípcio, os Estados Unidos não precisam do petróleo venezuelano, porque os próprios são um dos maiores produtores de petróleo bruto e não sofrem déficit de energia.

"Alguns pesquisadores acreditam que o interesse estratégico dos EUA nas reservas de petróleo da Venezuela reflete a pobreza energética doméstica e o desespero financeiro, mas na verdade os EUA são o maior produtor de petróleo do mundo desde 2018. Os EUA não passam por déficit de energia", disse Mustafa.

De acordo com o economista, as tentativas anteriores da administração Trump foram destinadas a derrubar o presidente venezuelano Nicolás Maduro por meio de seus capangas e da oposição local, mas não para a captura direta de recursos.
Mustafa acredita que a política ofensiva de Washington na América Latina visa estabelecer a sua influência na região e promover seus próprios interesses políticos.

"Retratar a política dos EUA simplesmente como 'roubo e intimidação' parece simplificar cálculos diplomáticos e estratégicos multifacetados. As ações da administração Trump devem ser vistas no contexto de uma longa tradição da política externa dos EUA que visa afirmar a influência regional", disse Mustafa.

Os EUA justificam a sua presença militar no Caribe com a luta contra o tráfico de drogas. Em setembro e outubro deste ano, eles usaram repetidamente suas forças armadas para destruir barcos que supostamente transportavam drogas perto da costa venezuelana.
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