A ação ocorre após relatos da imprensa sobre uma nova operação dos EUA em águas internacionais próximas à costa venezuelana, em meio à escalada das tensões entre os dois países. "Esta é uma mensagem para Maduro", afirmou uma das fontes ouvidas pelo Axios.
Segundo a publicação, o navio-tanque estaria transportando petróleo venezuelano em uma tentativa de contornar o bloqueio anunciado anteriormente por Washington.
"Mesmo que não confisquemos o petróleo, isso deixa claro para todos que decidirem entrar nesse jogo que nós vamos interceptá-los quando quisermos. Quem aceitaria correr esse risco?", questionou a fonte.
Mais tarde, a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, confirmou a apreensão de um petroleiro localizado no Caribe, próximo à Venezuela, o segundo em dez dias.
"Em uma operação realizada na madrugada de hoje, 20 de dezembro, a Guarda Costeira dos EUA, com o apoio do Departamento de Defesa, deteve um petroleiro que estava atracado na Venezuela", informou ela nas redes sociais.
Noem também insistiu que Washington continuará seus esforços para conter o suposto tráfico de drogas na região do Caribe.
Na última terça-feira (16), Trump anunciou o reconhecimento do governo venezuelano como "organização terrorista estrangeira" e declarou um bloqueio total a todos os navios-tanque de petróleo sancionados que se dirigem à Venezuela ou partem do país.
Trump já havia ameaçado a Venezuela com uma intervenção sem precedentes, exigindo que Caracas devolvesse aos Estados Unidos petróleo, terras e outros ativos "roubados". As declarações foram feitas no contexto de promessas de iniciar, em breve, ataques contra narcotraficantes em terra, como parte da estratégia de Washington de combate ao tráfico de drogas nas costas da América Central e do Sul.
Em Caracas, essas ações foram classificadas como provocações destinadas a desestabilizar a região e como violações de acordos internacionais sobre o status desmilitarizado e livre de armas nucleares do Caribe.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que Moscou observa uma intensificação contínua e deliberada das tensões em torno da Venezuela, destacando preocupação especial com o caráter unilateral das decisões que, segundo ela, representam uma ameaça à navegação internacional.