Panorama internacional

Gigante da defesa Leonardo ameaça cancelar todos os investimentos no Reino Unido, revela mídia

O conglomerado industrial italiano Leonardo ameaçou rever toda sua presença no Reino Unido após novo atraso na decisão sobre o contrato de helicópteros militares NMH, informou o jornal The Telegraph.
Sputnik
A Leonardo, gigante italiana da defesa, ameaçou retirar todos os seus investimentos do Reino Unido devido ao prolongado atraso na decisão sobre o contrato de helicópteros militares NMH, avaliado em £ 1 bilhão (cerca de R$ 7,4 bilhões), alertando que a indefinição pode levar ao fechamento de uma fábrica na região, colocando mais de 10 mil empregos em risco e comprometendo futuros investimentos em defesa no país.

De acordo com o jornal, o CEO Roberto Cingolani alertou que a falta de novos contratos coloca em risco a fábrica de Yeovil, em Somerset, que já opera no vermelho.
Segundo Cingolani, a indefinição do Ministério da Defesa pode levar ao fechamento da unidade — a última no país capaz de projetar e fabricar helicópteros completos — e forçar uma reavaliação de toda a presença da Leonardo no Reino Unido, incluindo instalações de radar, guerra eletrônica e cibersegurança espalhadas por várias cidades.
A empresa é a única concorrente remanescente para o contrato desde 2024, mas aguarda há quase um ano e meio uma decisão final, apesar de alertas de que mais de 10 mil empregos britânicos diretos e indiretos dependem da continuidade da produção em Yeovil.
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A frustração aumentou porque o governo prometeu ampliar gastos militares alegando preocupação com a "suposta ameaça russa", mas ainda não redefiniu sua política de investimentos em defesa.
Na carta enviada ao secretário de Defesa John Healey, Cingolani classificou o contrato NMH como "pedra angular" da estratégia da Leonardo no país e afirmou que qualquer novo atraso pode comprometer também o desenvolvimento de drones e investimentos em outras divisões tecnológicas. A empresa já havia avisado publicamente que não pode "subsidiar Yeovil para sempre".
A pressão também vem do setor industrial. Segundo a apuração, a Make UK alertou que o governo corre o risco de cometer um erro histórico ao adiar a substituição da frota de helicópteros do Exército, enquanto outros países europeus avançam em seus programas. Executivos reclamam ainda da falta de clareza estratégica após o governo recuar na publicação do Plano de Investimento em Defesa.
Embora ministros afirmem que a defesa está impulsionando o crescimento econômico — citando vendas internacionais de fragatas e caças — especialistas criticam a escassez de encomendas internas, apesar das promessas feitas na revisão estratégica de defesa.
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