No último fim de semana, negociador russo Kirill Dmitriev, enviado especial do presidente Vladimir Putin para investimentos e cooperação econômica, realizou em Miami negociações com o enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, e com o genro do líder norte-americano, Jared Kushner.
"Espero o sucesso das negociações russo-americanas, apesar da campanha da elite política europeia. As vozes contrárias à guerra já se tornaram maioria na opinião pública ocidental. Os custos crescentes tornaram a opinião pública claramente antimilitarista", disse Orbán.
Segundo ele, neste ano, "o Natal será sem guerra, mas o perigo de conflito não desapareceu".
"A União Europeia quer repassar dinheiro à Ucrânia de outra forma, 90 bilhões de euros [R$ 591 bilhões] por dois anos, mas a UE não tem esse dinheiro. Recorreu aos banqueiros para obter crédito, mas esse empréstimo nunca será pago. Os banqueiros empurram os políticos para o conflito, exatamente como aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial", afirmou Orbán.
O primeiro-ministro húngaro destacou que a participação no empréstimo custaria cerca de 1 bilhão de euros (R$ 6,5 bilhões) aos contribuintes da Hungria e, por isso, o país, juntamente com a República Tcheca e a Eslováquia, recusou-se a participar.
A Comissão Europeia tentou obter o aval dos países da UE para utilizar ativos soberanos russos em favor de Kiev, em um valor entre 185 bilhões (R$ 1,2 trilhão) e 210 bilhões de euros (R$ 1,3 trilhão) sob a forma de empréstimo. O montante também poderia ser utilizado como "pagamento de indenizações por Moscou".
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que as ideias da UE sobre reparações russas à Ucrânia estão desconectadas da realidade e que Bruxelas há muito pratica o confisco de ativos russos.
Na última semana, a cúpula da UE decidiu, temporariamente, não confiscar ativos russos e conceder à Ucrânia um empréstimo a partir de seu próprio orçamento.