"Mas, quando a gente pensa em uma perspectiva mais estratégica, também existe um certo interesse, talvez, de utilizar esse conflito […] como uma forma de implementar ou de avançar na implementação de uma política mais ampla de contenção à Rússia."
"É uma competição por acesso, por exemplo, à moradia social, considerando que, de uma maneira geral, os países europeus têm construído muito menos moradias sociais nesses últimos 10, 20 anos do que no passado. Então, em um contexto em que os preços do aluguel aumentam muito, é muito fácil atribuir o aumento do custo de vida a esses fluxos de refugiados."
"Já não se fala tanto de 'nós estamos com a Ucrânia até a vitória'. Agora se fala muito da necessidade de negociar a paz", avalia. "'Nós vamos apoiar a Ucrânia para que a Ucrânia faça um acordo de paz que não seja tão ruim'."
"Ou seja, aquele argumento que fala que o leste ucraniano é majoritariamente russo na sua formação étnica se comprova quando a gente olha os dados migratórios. Uma boa parcela de imigrantes, já no início do conflito, se destina à Rússia, […] muito na esteira de um processo de desenvolvimento econômico e de uma maior aceitação étnica, ou seja, fugindo de processos discriminatórios."