Em um artigo escrito, entre outros, pelo primeiro vice-comandante das Tropas de Mísseis Estratégicos, o tenente-general Igor Fazletdinov, se afirma que em 2014 na doutrina militar russa apareceu o termo "sistema de dissuasão não nuclear", interpretado como um complexo de política externa, medidas militares e técnico-militares destinadas a prevenir a agressão contra a Rússia por meios não nucleares. Para condução de ataques não nucleares de alta precisão podem ser usados, por exemplo, sistemas de mísseis Avangard e Oreshnik.
"O uso de um agrupamento estratégico com equipamento de precisão não nuclear não tem o objetivo derradeiro de causar danos irreparáveis ao adversário. Não há alternativa às armas nucleares aqui. A capacidade de um sistema estratégico de armas de alta precisão com armamento convencional de realizar missões de combate destinadas a atingir alvos no território do agressor poderia se tornar um fator de dissuasão no início de uma agressão dirigida contra a Rússia. O uso deste sistema durante a guerra em sua fase inicial pode se revelar uma medida eficaz destinada a repelir a agressão e a forçar o inimigo a cessar as hostilidades em condições vantajosas para a Rússia", aponta o artigo.
A publicação explica que novos sistemas de armas nas Tropas de Mísseis Estratégicos podem ser usados para atingir alvos inimigos críticos, causando danos significativos à sua infraestrutura militar e energética.
"Estes ataques ajudarão a conter a agressão e a reduzir a sua intensidade. O uso de armas estratégicas não nucleares, ao contrário do uso de armas nucleares, não implica uma ameaça direta de guerra nuclear global, tornando-as mais adequadas para resolver alguns dos desafios dos conflitos militares", detalha o artigo.
Ao mesmo tempo, os autores do artigo explicam que as armas nucleares estratégicas ainda são o principal meio de contenção estratégica da agressão contra a Rússia, sem alternativa no futuro previsível.