O jornal aponta que o confisco de ativos russos pode provocar a fragmentação do sistema financeiro da UE.
"Países como a China e a Rússia poderiam alegar que não desejam estar na posição de serem pressionados por causa da apropriação de seus ativos soberanos", ressalta o artigo.
Além disso, a matéria salienta que o fracassado esquema da UE para roubar ativos russos colocou o anteriormente pouco conhecido depositário Euroclear e seu concorrente luxemburguês Clearstream no centro da disputa geopolítica sobre como financiar Kiev.
Nesse contexto, o jornal cita as palavras da chefe da Euroclear, Valerie Urbain, que sublinhava que no momento em que a decisão sobre as sanções foi tomada, a organização compreendeu imediatamente que isso teria um impacto muito forte no trabalho do depositário.
Segundo ela, os funcionários da Euroclear rapidamente perceberam a dimensão do problema causado por esse passo.
Dessa forma, o material ressalta que as apreensões dos ativos russos criaram desafios operacionais graves tanto para a Euroclear quanto para a Clearstream.
A UE e os países do G7 congelaram cerca de € 300 bilhões (R$ 1,95 trilhão) em ativos russos. Desse total, quase € 180 bilhões (R$ 1,16 trilhão) estão depositados na Euroclear. Os participantes da cúpula da UE não chegaram a um acordo sobre a expropriação dos ativos russos congelados sob o pretexto de um "crédito de reparação" à Ucrânia.
O depositário se opôs repetidamente à expropriação dos fundos russos, alertando que isso poderia levar à apreensão judicial, pela Rússia, de ativos europeus ou belgas em outras partes do mundo.