Especialista vê impasse nas negociações da Ucrânia

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As negociações de paz reunindo Europa e Estados Unidos com os governos de Ucrânia e Rússia, para tentar pôr fim ao conflito no Leste da Ucrânia, até agora parecem ter fracassado, gerando uma situação de total impasse. Esta é a opinião do diretor da Audiplo e professor de Relações Internacionais da ESPM-Sul Fabiano Mielniczuk.

O especialista analisa com preocupação a intensificação do conflito, pois não há avanços nas negociações diplomáticas, e enquanto isso os campos de combate registram cada vez mais centenas de mortos. "O problema agora é que as negociações diplomáticas também se encontram num impasse. Nós estamos vendo que com o passar do tempo a Ucrânia não está tendo condições de vencer os rebeldes no leste do próprio território e está entrando numa crise econômica muito grave, solicitando cada vez mais recursos dos seus aliados ocidentais, da Europa e dos Estados Unidos."

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Fabiano Mielniczuk acredita que a situação está gerando um processo  perigoso. Os países do Ocidente que estão apoiando a Ucrânia, como os Estados Unidos, apresentam cada vez mais como alternativa que a Ucrânia receba mais armamento para pôr fim de vez, através da guerra, à ação dos rebeldes no leste do país. "Do lado dos EUA, já se discute formalmente se deve ou não entregar armas letais para a Ucrânia. Por outro lado, os europeus, com medo de uma guerra e de sustentar gastos de um ataque à Ucrânia, estão buscando uma alternativa de negociar diretamente com a Rússia sem considerar seu aliado fundamental, os Estados Unidos".

O professor de Relações Internacionais considera um erro a posição dos EUA em incentivar o conflito na Ucrânia. Segundo Fabiano Mielniczuk, o comportamento norte-americano acaba por favorecer o presidente da Rússia, Vladimir Putin. "O que o presidente Putin mais queria era que os aliados ocidentais, com europeus de um lado e americanos de outro, começassem a mostrar um dissenso, não porque a Rússia está fazendo muito para que isso aconteça, mas sim porque os aliados ocidentais não estão conseguindo resolver seus problemas".

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O especialista explica que não tem como comparar a estrutura da Rússia, em ter mais condições de sustentar conflitos em suas fronteiras, com a da Ucrânia, que é totalmente dependente neste momento dos aliados ocidentais. Para Fabiano Mielniczuk, enquanto a Rússia consegue superar as sanções econômicas impostas, e toda a propaganda política contra ela, do Ocidente, a Ucrânia está em crescente dificuldade econômica. "A economia da Ucrânia teve um decréscimo em torno de 20% em 2014. O presidente Pyotr Poroshenko cada vez mais pede empréstimos aos aliados, agravando a crise financeira do país, para usar todo esse dinheiro na guerra, enquanto a população sofre".

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