Esta é a primeira visita ao estrangeiro do presidente russo desde o início de ano. O presidente al-Sisi recebeu Putin pessoalmente no aeroporto.
A visita é realizada em meio de um resfriamento perceptível nas relações entre o Cairo e Washington, que aconteceu imediatamente após a derrubada do presidente islamita Mohamed Mursi.
Em resposta à mudança de poder, que anteriormente era de fato controlado pela organização extremista Irmandade Muçulmana, Washington suspendeu o fornecimento da multimilionária assistência financeira ao Cairo para apoiar o exército. Há poucos dias, o chefe do Departamento de Estado norte-americano admitiu que diplomatas dos EUA realizaram uma reunião à porta fechada com uma delegação da Irmandade Muçulmana, o movimento islâmico banido no Egito. No Cairo, o comportamento dos americanos foi tomado como estranho.
A visita do presidente russo é tema de debate em cafés e em inúmeros programas de entrevistas na televisão. Os jornais locais dedicaram as suas manchetes nos últimos dias às relações russo-egípcias.
As tendas estão cheias de jornais com títulos do tipo "Bem-vindo, presidente Putin, ao Egito", "Putin – o herói do nosso tempo", etc.
President Putin presented President Sisi with a glorious gift — a Kalashnikov. Undoubtedly very symbolic. pic.twitter.com/vgNRSKrzZE
— Carl Bildt (@carlbildt) 10 февраля 2015
O ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt em seu Twitter postou uma foto do fuzil Kalashnikov que o Presidente Putin deu ao seu colega Abdel Fattah al-Sisi.
Os egípcios sabem que Moscou e o Cairo têm uma rica experiência de cooperação. Em primeiro lugar, a geração mais velha, aqueles que serviram ao lado de oficiais soviéticos durante as guerras árabe-israelenses e lutaram com armas soviéticas, se lembram bem desses tempos.
No total, com a participação da União Soviética no Egito foram realizados 111 projetos econômicos.
O foco nas conversações dos líderes dos dois países será a cooperação na economia, incluindo a eventual criação de uma zona de livre comércio entre o Egito e a CEEA, o desenvolvimento da cooperação técnico-militar e no setor da energia.
Além das relações bilaterais, os líderes discutirão a situação no Oriente Médio e Norte da África, na Síria, bem como o conflito palestino-israelense, e os esforços conjuntos para combater o grupo terrorista Estado Islâmico.