Num comunicado, a AI afirmou que os Estados-membros da UE deviam “estar envergonhados”, bem como deviam “deixar de enterrar a cabeça na areia” perante a morte de milhares de pessoas que tentam chegar à Europa através do Mediterrâneo, já considerado uma das rotas mais perigosas do mundo.
Citado na nota, o diretor para a Europa e Ásia Central da Anistia, John Dalhuisen, condenou o fato de não ter sido estabelecido um "substituto adequado" ao dispositivo de busca e salvamento italiano Mare Nostrum, que terminou as operações em 1º de novembro de 2014.
Esta operação foi substituída por uma missão de controle de fronteiras designada Triton, que foi criticada pela presidente da câmara da ilha italiana de Lampedusa, Giusi Nicolini, nesta quarta-feira. Ela afirmou que este dispositivo “não serve para nada” e que não salva vidas.
De acordo com a AI, a missão Triton não está centrada na busca e no resgate, não tem operações de rotina e tem uma escala muito menor do que a operação Mare Nostrum. “É uma equação simples: se aumentam as pessoas que passam por esta perigosa rota marítima e se diminuem os recursos de busca e de resgate, morrem mais pessoas”, disse John Dalhuisen.
Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o número de imigrantes que chegaram por mar subiu 60% em janeiro, em comparação com o mesmo mês de 2014. Cerca de 170 mil pessoas chegaram à Itália em 2014 depois de serem resgatadas pela Marinha, pela Guarda Costeira ou por navios mercantes.
“A crise humana que provocou a necessidade de estabelecer a ‘Mare Nostrum’ não desapareceu", concluiu Dalhuisen. O Acnur na Itália divulgou hoje que mais de 300 imigrantes desapareceram, após naufrágio de quatro embarcações superlotadas no Mediterrâneo. As vítimas, oriundas principalmente da África subsaariana, tinham partido da costa da Líbia.
Anistia acusa União Europeia de se omitir sobre a morte de imigrantes
17:40 11.02.2015 (atualizado: 13:53 12.11.2021)
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A Anistia Internacional (AI) acusou, nesta quarta-feira, (11) a União Europeia (UE) de “esconder a cabeça na areia” em relação à imigração, no momento em que surgem novas notícias sobre o desaparecimento de centenas de imigrantes no Mediterrâneo.