Com um bilhão e meio de pessoas afetadas em um universo de 149 países, a OMS lançou o apelo em um relatório sobre o combate a essas doenças. A organização cita 17 casos em que a aplicação de verbas adicionais poderia salvar vidas, prevenir deficiências, acabar com o sofrimento e melhorar a produtividade.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que “o aumento do investimento por parte dos governos pode aliviar a miséria humana, distribuir de forma equitativa os ganhos e libertar multidões há muito condenadas à pobreza”.
Dirk Engels, que coordena o Departamento de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas, disse a jornalistas reunidos em Genebra que a África é “o continente com o maior número de casos dessas doenças, em termos absolutos”, com muitas pessoas sendo afetadas por mais de um tipo de enfermidade. Segundo ele, cerca de 450 milhões de pessoas na África Subsaariana estão em risco de contrair doenças tropicais. No entanto, de acordo com a OMS, elas também atingem a América Latina, o Oriente Médio e a Ásia, e podem aparecer em países europeus ou nos Estados Unidos.
A Organização Mundial da Saúde considera como doenças tropicais negligenciadas a úlcera de Buruli, a doença de Chagas, a cisticercose, a dengue, a dracunculíase — também chamada doença do verme da Guiné —, a equinococose, a fasciolíase, a tripanossomíase africana — mais conhecida como doença do sono —, a leishmaniose, a lepra, a filaríase linfática, a oncocercíase (cegueira dos rios), a raiva, a esquistossomose, as parasitoses, o tracoma e o bouba.
A instituição recomenda aos países que invistam 2,9 bilhões de dólares anualmente, até 2020, para tratar as doenças e combater os vetores. Depois disso, os recursos necessários para a década seguinte cairiam para 1,6 bilhão de dólares anuais, à medida que as doenças fossem sendo reduzidas ou erradicadas.