Dentro em breve, a UCRG planeja ser homologada na Rússia, o que possibilitará a emissão das primeiras classificações de empresas russas e chinesas ainda antes do final do primeiro semestre.
Não será demais recordar que a UCRG foi instituída em junho de 2013, por iniciativa da Dagong Global Credit Rating chinesa, a Egan-Jones Ratings norte-americana e a RusRating russa. O Conselho Fiscal da nova agência é encabeçado pelo antigo premiê francês Dominique de Villepin. A UCRG pretende efetuar suas atividades com base no princípio de não-afiliação e não-compromisso com nenhum Estado nem corporação.
Segundo o CEO da Dagong, Guan Jianzhong, os "três grandes", ou seja, a Moody's, a Standard & Poors e a Fіtch, são muito politizadas e não são capazes de expressar opiniões imparciais e independentes:
Guan Jianzhong voltou a mencionar que a Dagong tinha atribuído à Rússia o rating soberano de A, com perspectiva estável. Ao mesmo tempo, a agência chinesa considera que os Estados Unidos merecem a classificação de A, com perspectiva negativa.
O chefe da maior agência de rating chinesa citou mais um exemplo de motivação política dos "três grandes":
"A Dagong atribuiu à Gazprom a classificação de crédito de AAA. O gigante do gás russo tem mostrado excelentes resultados em comparação com as empresas homólogas de âmbito internacional. No que concerne à maioria dos indicadores financeiros, a Gazprom ocupa o primeiro lugar ou está no Top 10 das empresas de gás mais importantes. As agências do Big Three cortaram a classificação da Gazprom devido ao rebaixamento do rating da própria Rússia.
"A lógica que seguem é simples: as empresas não podem ter um rating de crédito superior ao rating soberano do país. Na prática, é uma abordagem errada, porque a solvabilidade de um país raramente está associada com a situação financeira de uma ou outra empresa".
É por isso que os parceiros russos, chineses e norte-americanos estão empenhados em criar um avaliador global que, na sua expectativa, seja capaz de obrigar os "três grandes" a ceder parte do espaço ocupado por estes. Eis o que opina a este respeito Aleksandr Zaitsev, diretor-geral da RusRating:
"Nós sentimos um grande interesse por parte dos emitentes tanto russos quanto estrangeiros. Os últimos inclinam-se cada vez mais a crer que as classificações devem ser feitas por agências independentes, que não estejam associadas a qualquer Estado ou empresa. Esta é a diferença fundamental em relação aos 'três grandes'. A UCRG vai ser integrada por quase cinquenta agências de rating de distintos países, que terão a condição de seus fundadores. Na prática, será uma empresa de propriedade da comunidade mundial".
Mais uma inovação da UCRG consiste na decisão de usar todas as metodologias conhecidas de elaboração de avaliações para uma maior objetividade destas.