EUA dobram orçamento para combater suposta propaganda russa

© AP Photo / Pablo Martinez MonsivaisVictoria Nuland, secretária-assistente de Relações Europeias do Departamento de Estado dos EUA
Victoria Nuland, secretária-assistente de Relações Europeias do Departamento de Estado dos EUA - Sputnik Brasil
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Apesar de a Rússia continuar negando seu envolvimento na crise do leste da Ucrânia, uma oficial sênior admitiu, nesta quarta-feira, que desde o início do conflito separatista o Departamento de Estado dos Estados Unidos praticamente dobrou seu orçamento em programas de propaganda governamental em idioma russo.

Em discurso no Comitê de Relações Exteriores da Câmara, a secretária-assistente de Relações Europeias, Victoria Nuland, afirmou que o Departamento de Estado está aumentando seu orçamento para combater o que ela classifica como "a propaganda do Kremlin que está envenenando mentes na Rússia, nas fronteiras da Rússia e por toda a Europa".

"Este ano, o Broadcasting Board of Governors (BBG, agência federal que acompanha transmissões internacionais da imprensa civil americana) está investindo US$ 23,3 milhões em programas de idioma russo. É um aumento de 49% desde o ano fiscal de 2014", disse Nuland.

O Departamento de Estado também está pedido mais US$ 20 milhões que, segundo a secretária, iriam "acelerar os esforços para combater mentiras com verdades".

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O dinheiro será usado para propósitos diversos. Segundo o depoimento de Nuland, parte da verba irá para apoio a programas de intercâmbio de estudantes e para promover  grupos de vigilância civis. Contudo, boa parte dos fundos será usada para "combater a propaganda russa por meio do treinamento de jornalistas que falam russo" e para fornecer acesso a veículos de imprensa "baseados em fatos".

Nuland também afirmou que o presidente Barack Obama havia consultado as agências de inteligência americanas sobre a questão de fornecer armamentos aos militares ucranianos.

Além do aumento no orçamento do BBG, o Congresso já autorizou a utilização de US$ 10 milhões para apoiar a imprensa de língua russa no leste europeu. A autorização foi parte do Ato de Apoio à Liberdade Ucraniana.

Não é a primeira vez que os Estados Unidos falam abertamente sobre investimentos em propaganda governamental. Em fevereiro deste ano, o secretário de Estado, John Kerry, pediu ao Subcomitê de Apropriações da Câmara mais verba para combater aquilo que ele vê como influência negativa da imprensa russa.

"A Rússia, hoje, pode ser ouvida em inglês, mas temos um veículo equivalente que possa ser escutado em russo? É uma disputa cara. Eles estão gastando quantias enormes de dinheiro", disse Kerry.

O secretário pediu US$ 639 milhões para "ajudar nossos amigos na Ucrânia, na Geórgia e na Moldávia que querem fortalecer suas democracias, resistir à pressão da Rússia e aproximar-se da Europa".

Em agosto de 2014, vários integrantes do BBG "observaram que um canal de TV via satélite em russo era uma ideia que valia a pena ser levada adiante". Não é uma ideia totalmente surpreendente, já que o Ocidente vem investindo milhões em programas em língua russa na Voz da América e na Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade.

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