Em comunicado, o ministério disse que Shoigu visitou as guarnições militares da região e ouviu um relatório do comandante da Frota russa do Mar Negro, almirante Aleksandr Vitko, sobre o estado de prontidão para combate da frota, o progresso da formação de grupos de tropas multitarefas na península, o fornecimento de novas armas e equipamento militar para as unidades militares, bem como sobre o progresso da criação da infraestrutura necessária para o estacionamento de novos navios e submarinos.
Além disso, Shoigu verificou o progresso da construção de instalações para a formação de novas unidades e forças, a saber, o Corpo de Cadetes Presidencial, com sede em Sevastopol, e a Escola Naval Superior Nakhimov do Mar Negro. Sob instruções do ministro, um grupo de generais e oficiais verificou as atividades diárias de uma brigada separada de defesa costeira e uma de logística, ambas formadas em dezembro passado para a Frota do Mar Negro.
O Ministério da Defesa disse que este ano a referida frota vai receber duas fragatas do Projeto 1135.6 – o Almirante Grigorovich e o Almirante Essen, além de dois navios de mísseis de pequeno porte – o Zeleny Dol e o Serpukhov. Além disso, a frota será fortalecida com dois submarinos diesel-elétricos – o Novorossiysk e o Rostov-no-Don, que já foram entregues à Marinha.
No final do ano passado, Shoigu anunciou que um grupo de forças autossuficientes havia sido estabelecido na Crimeia. Mais tarde, o enviado presidencial russo no distrito, Oleg Belaventsev, disse que a península seria transformada em "uma fortaleza inexpugnável".
A reincorporação da Crimeia à Rússia
Com a maioria da população formada por russos, a República da Crimeia e Sevastopol, cidade com estatuto especial dentro da península, recusaram-se a reconhecer a legitimidade das autoridades que subiram ao poder em Kiev em fevereiro de 2014, em meio aos tumultos que levaram a um golpe de Estado no país.
Assim, as duas regiões adotaram declarações de independência em 11 de março do ano passado e realizaram um referendo cinco dias depois, quando 96,77% dos habitantes da Crimeia e 95,6% dos eleitores de Sevastopol decidiram se separar da Ucrânia para voltar a integrar a Federação Russa. O presidente russo, Vladimir Putin, assinou os acordos de reunificação em 18 de março.
Durante a União Soviética, a Crimeia fazia parte da Rússia até 1954, quando o então primeiro-secretário do Partido Comunista Nikita Khrushchev transferiu a península para a jurisdição da Ucrânia, como um presente.
Apesar das repetidas declarações de Moscou a respeito da conformidade dos referendos com o direito internacional e com a Carta das Nações Unidas, bem como com o precedente aberto pela secessão de Kosovo da Sérvia em 2008, Kiev e seus aliados ocidentais se recusam a reconhecer a legalidade da reunificação da Crimeia com a Rússia.