Ex-premiê japonês: Japão deve anular sanções antirrussas e reconhecer referendo na Crimeia

© AP Photo / Yoshikazu Tsuno - Pool/Getty ImagesYukio Hatoyama
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Tóquio deve tomar uma decisão independente para cancelar sanções impostas contra Moscou e reconhecer os resultados do referendo sobre a reunificação com a Rússia na Crimeia, disse o ex-premiê do Japão Yukio Hatoyama em 11 de março em uma coletiva de imprensa durante a sua visita à Crimeia.

Hatoyama frisou que as autoridades japonesas obedecem aos Estados Unidos na escolha da sua política externa. Segundo a opinião do ex-premiê, a decisão de aderir-se às sanções antirrussas foi errada. 

“Acredito que chegou o tempo para o Japão de acordar e enfrentar a realidade. Assim seja que outros países continuem sua política de sanções contra a Rússia, mas o Japão deve renunciar esta política independentemente”, disse Hatoyama. 

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O ex-premiê lembrou que por causa das sanções antirrussas, o presidente russo Vladimir Putin cancelou sua visita ao Japão e foram congeladas negociações sobre as ilhas Curilhas. 

Hatoyama disse que o Japão, sendo uma democracia, devia saudar o referendo na Crimeia em março de 2014, quando 96% dos participantes do sufrágio votaram em favor da reunificação com a Rússia. Lamentou que, devido à cobertura unilateral da mídia, a maioria da população do Japão não conhece a situação real na Crimeia e o volume de trabalho feito na região no último ano. 

Hatoyama confessou que durante a visita à Crimeia ele foi testemunha da unanimidade da população local em relação à reunificação com a Rússia.  

“Acredito que isto significa que a decisão tomada foi correta”, manifestou o político.

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Ainda no ano passado, os Estados Unidos, a União Europeia e os seus aliados acusaram a Rússia de se intrometer no conflito ucraniano, inclusive prestando uma suposta assistência militar para os independentistas da região de Donbass, que haviam se insurgido por se recusarem a reconhecer a legitimidade do novo governo em Kiev.

Desde março de 2014, o Ocidente já impôs várias rodadas de sanções contra Moscou, visando não só indivíduos de alto escalão, mas também os setores bancários, de energia e de defesa da Rússia.

O Kremlin tem repetidamente negado qualquer envolvimento na crise interna da Ucrânia e qualifica as sanções como contraproducentes. Em resposta às sanções ocidentais, Moscou impôs uma proibição de um ano sobre a importação de certos alimentos dos países que aderiram às restrições.

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