O governo do Uruguai recusou-se a receber novos ex-presos da prisão norte-americana Guantánamo.
"Não vão vir mais presos de Guantánamo, isso é definitivo", frisou o chanceler do país, Rodolfo Nin Novoa.
A decisão é produto de uma longa discussão governamental. O ex-presidente uruguaio, José Mujica, que foi o principal partidário da recepção dos ex-presos de Guantánamo, também expressava preocupação por causa das dificuldades que eles enfrentavam no país anfitrião.
Foi em dezembro de 2014 também que o então presidente do Uruguai visitou os ex-presos em Montevidéu. A reunião não foi completa, pois faltou Jihad Ahmad Dhiab, que estava na Argentina pedindo asilo lá e exortando o governo daquele país a aderir ao plano dos EUA de distribuir os ex-presos entre diferentes países do mundo.
Na semana passada, informava-se que Diyab, de mãe argentina, podia realizar uma greve de fome na frente da embaixada dos Estados Unidos em Montevidéu. Na segunda-feira (23), ele próprio descartou esta possibilidade. E pediu uma reunião com o chanceler uruguaio.
Famílias sírias
O alojamento no Uruguai de refugiados sírios também será suspenso até o final do ano em curso. Segundo Nin Novoa, tal decisão deve-se à "faltas de cultura e infraestrutura para acolhê-los". No entanto, a mídia local especula que já teria havido vários incidentes ligados à violência doméstica contra a mulher nestas famílias.
As primeiras famílias sírias chegaram ao Uruguai em outubro de 2014.