"Baseados no pedido do presidente Ghani por flexibilidade no prazo para retirada das tropas americanas, os Estados Unidos vão manter seu número atual de 9.800 soldados até o fim de 2015", informou a Casa Branca em comunicado nesta terça-feira.
A decisão da Casa Branca não vai ao encontro da promessa do presidente Barack Obama, que pretende retirar todas as tropas do Afeganistão até o fim de 2017, mas estabelece que "o processo da retirada de soldados em 2016 será estabelecido mais tarde, em 2015, para permitir uma consolidação de tropas em uma embaixada baseada em Cabul até o fim de 2016."
A decisão vem durante a primeira visita oficial do presidente Ghani aos Estados Unidos. Após um dia de "conversas produtivas" ente Ghani e o secretário de Estado americano, John Kerry, o líder afegão dirigiu-se a uma plateia em uma cerimônia no Pentágono na segunda-feira:
"Não perguntamos hoje o que os Estados Unidos podem fazer por nós. Queremos dize o que o Afeganistão pode fazer por si mesmo e pelo mundo. E isto significa que vamos colocar ordem na casa."
Para cumprir a promessa, Ghani pediu que as tropas americanas continuem no Afeganistão por mais tempo do que o planejado originalmente. O presidente Obama havia indicado que manteria apenas mil soldados no país em 2017, quando deixará o cargo. Obama também desejava reduzir pela metade o número de soldados nos próximos meses. Ghani, no entanto, pediu flexibilidade nos planos do líder americano e será atendido.
Muitos afegãos, contudo, podem não receber bem a notícia. Após uma década de conflito, quase 20 mil civis foram assassinados como vítimas de uma campanha militar americana para eliminar o Talibã — que ainda resiste.
Um relatório publicado pela ONU em fevereiro apontou que 2014 foi um dos anos mais violentos da história do Afeganistão, computando 3.699 civis mortos. Destes, 714 eram crianças. Houve um aumento de 22% no número de mortes em relação ao ano anterior.
Há também a questão do tráfico de drogas. Desde o começo dos conflitos, a produção de heroína aumentou dramaticamente no Afeganistão. De acordo com o escritório da ONU para drogas e crime, o plantio de papoula em 2012 cresceu 18% em relação ao ano anterior. O país produz 80-90% do ópio mundial.
"Não perguntamos hoje o que os Estados Unidos podem fazer por nós. Queremos dize o que o Afeganistão pode fazer por si mesmo e pelo mundo. E isto significa que vamos colocar ordem na casa."
Para cumprir a promessa, Ghani pediu que as tropas americanas continuem no Afeganistão por mais tempo do que o planejado originalmente. O presidente Obama havia indicado que manteria apenas mil soldados no país em 2017, quando deixará o cargo. Obama também desejava reduzir pela metade o número de soldados nos próximos meses. Ghani, no entanto, pediu flexibilidade nos planos do líder americano e será atendido.
Muitos afegãos, contudo, podem não receber bem a notícia. Após uma década de conflito, quase 20 mil civis foram assassinados como vítimas de uma campanha militar americana para eliminar o Talibã — que ainda resiste.
Um relatório publicado pela ONU em fevereiro apontou que 2014 foi um dos anos mais violentos da história do Afeganistão, computando 3.699 civis mortos. Destes, 714 eram crianças. Houve um aumento de 22% no número de mortes em relação ao ano anterior.
Há também a questão do tráfico de drogas. Desde o começo dos conflitos, a produção de heroína aumentou dramaticamente no Afeganistão. De acordo com o escritório da ONU para drogas e crime, o plantio de papoula em 2012 cresceu 18% em relação ao ano anterior. O país produz 80-90% do ópio mundial.