Em 15 de abril, os representantes dos países-membros do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) irão analisar um projeto conjunto de pareceria econômica russo-chinesa. O documento faz parte de uma estratégia comum da parceria econômica dos BRICS, comenta o sous-sherpa da Rússia no grupo, embaixador especial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Vadim Lukov.
A versão definitiva desta estratégia pode ser aprovada na próxima cúpula dos BRICS, que terá lugar em julho do ano em curso na cidade de Ufa, na Federação da Rússia.
A Rússia assumirá a presidência rotativa do grupo a partir de 1 de abril.
O embaixador Lukov comentou também que o grupo BRICS está sentindo uma clara "pressão" por parte do Ocidente, especialmente nos assuntos relativos à reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e à situação na Ucrânia.
Contudo, Lukov sublinha que o BRICS não pretende confrontar ninguém.
"Nós consideramos que a melhor resposta [à confrontação imposta pelo Ocidente] será a não participação da polêmica com essas forças. Eles têm o seu próprio programa e é muito difícil convencê-los da nossa não conflituosidade, por muito que falemos e expliquemos isso", disse o sous-sherpa da Rússia.
Em 2014, os países-membros do grupo BRICS formalizaram a criação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS e do Arranjo Contingente de Reservas, instrumentos financeiros alternativos ao FMI. Contudo, os responsáveis por esses mecanismos afirmam que o seu objetivo não é substituir completamente o FMI, senão oferecer uma opção de escolha.
Vice-chanceleres dos BRICS discutirão Oriente Médio
A Rússia prevê também uma reunião de vice-ministros das Relações Exteriores dos BRICS em abril ou maio de 2015, comenta o sous-sherpa Lukov. O foco da reunião será o Oriente Médio.
Já o encontro anual ao nível de ministros das Relações Exteriores terá lugar em setembro em Nova York. Segundo Lukov, "são o lugar e a época tradicionais para estas reuniões".
Argentina ainda não entra nos BRICS
Além disso, o embaixador Lukov declarou que ainda não há planos de aceitar a Argentina no seio dos BRICS.
No ano passado, após a cúpula dos chefes de Estado dos BRICS no Brasil, surgiram especulações sobre a possibilidade de os BRICS se acrescentarem o "A" da Argentina.
Lukov explicou que há propostas de parceria que os BRICS oferecem à Argentina, mas ainda não se trata da adesão do país ao grupo.