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Diretor-executivo do FMI: “Rio de Janeiro deveria ser a sede do Fundo dos BRICS”

Paulo Nogueira Batista Jr.
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Diretor‐executivo do FMI, Paulo Nogueira Batista Jr., concedeu entrevista à Rádio Sputnik Brasil. Economia brasileira e mundial, Banco dos BRICS e Acordo Contingente de Reservas dos cinco países que constituem o grupo. Esses foram alguns dos temas abordados pelo economista.

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O economista Paulo Nogueira Batista Jr. concedeu entrevista à Rádio Sputnik Brasil, em que alinhou diversas considerações sobre a economia brasileira e mundial, sobre o Banco dos BRICS, denominado Novo Banco de Desenvolvimento, e ainda sobre o Acordo Contingente de Reservas, uma espécie de Fundo Monetário próprio dos cinco países que constituem o grupo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Paulo Nogueira Batista Jr. é diretor‐executivo pelo Brasil e por mais dez países no FMI, o Fundo Monetário Internacional. Além de economista, é professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas desde 1989.

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Ressalvando ter concedido a entrevista em termos estritamente pessoais, o economista destacou que a sede do ACR, Acordo Contingente de Reservas, poderia ser no Rio de Janeiro, já que Xangai, na China, hospedará o Banco dos BRICS. Para Paulo Nogueira Batista Jr., o Brasil poderia aproveitar a pujança do Rio de Janeiro e o fato de a cidade sediar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para sugerir aos quatro outros parceiros que o Acordo Contingente de Reservas tenha a sua base no Rio.

A seguir, pontos de destaque da entrevista: 

Rádio Sputnik: O tema que nos leva a esta conversa é um artigo publicado recentemente no jornal O Globo, do Rio de Janeiro, intitulado “Rio, Brasil, BRICS”. Nesse artigo, o senhor faz considerações sobre o papel um tanto quanto tímido que o Brasil está desempenhando na constituição do Banco dos BRICS e também na formação do Acordo Contingente de Reservas, que funcionará como uma espécie de fundo monetário para esses cinco países (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Interpretamos corretamente a sua avaliação, Dr. Paulo Nogueira?

PNBJr: Eu não diria que o Brasil tenha tido um papel tímido. O Brasil teve uma participação muito ativa desde o início dessas negociações. Inclusive, no caso do fundo monetário, o Brasil coordenou a negociação. O que eu digo no artigo é que agora nós estamos entrando numa fase de implementação em que caberia ao Brasil colocar certos pleitos. E, como eu estava escrevendo no principal jornal do Rio de Janeiro, eu mencionei um ponto que tenho defendido, de que o Brasil deve dar mais destaque à cidade do Rio de Janeiro e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) – que está sediado na cidade – no processo de constituição dessas duas instituições.

O Brasil poderia, por exemplo, colocar em pauta que o Rio de Janeiro seja a sede do Acordo Contingente de Reservas. Como o BNDES, que tem sede no Rio, é o nosso único banco de desenvolvimento com forte atuação internacional, é natural que ele desempenhe o papel de auxiliar na implantação do Banco dos BRICS. Aliás, na minha opinião, o BNDES tem sido ausente até agora nesse processo, pelo lado brasileiro. Isso poderia ser remediado. Por exemplo, o BNDES poderia ser a sede do escritório regional que o Banco dos BRICS terá para América Latina e Caribe. Está previsto que haverá um escritório regional no Brasil, então por que não fazê-lo no Rio de Janeiro e talvez abrigá-lo no próprio prédio do BNDES, não é?  Outro exemplo do papel que o BNDES pode ter: ele pode ser importante na mobilização do treinamento de técnicos brasileiros para o Banco dos BRICS. Inclusive na China, já que a sede do banco, como se sabe, será em Xangai. É importante que os brasileiros estejam presentes no corpo técnico desse banco.

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Por que eu digo “Rio de Janeiro”? Porque é a cidade mais emblemática do Brasil, a mais conhecida no exterior, a que mais interesse desperta. E o Brasil deve se valer disso em suas relações internacionais. Também deve aproveitar ocasiões que se apresentem para reforçar o Rio de Janeiro como polo internacional. E eu expressei nesse artigo o ponto de vista de que, justamente, a implantação dessas instituições dos BRICS é uma oportunidade para reforçar o papel do Rio e também aproveitar o papel potencial do BNDES.

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