As duas resoluções tratam das violações e da situação humanitária nos dois países e foram adotadas pelo conselho após a votação desta sexta-feira.
A diplomacia brasileira explicou que, no caso da Síria, a abstenção foi devido a discordâncias sobre a participação de grupos armados. Em nota divulgada nesta sexta-feira, o ministério das relações exteriores brasileiro afirmou:
“Apesar das últimas modificações no texto, a resolução ainda não reconhece a responsabilidade e não repudia devidamente a participação de vários grupos armados da oposição, com exceção dos Daesh e Al-Nusra, por graves violações dos direitos humanos e do direito humanitário. Essa lacuna pode erroneamente transmitir uma mensagem de tolerância a essas graves irregularidades e, assim, incentivar ainda mais violência contra a população civil”.
Para o Itamaraty, a tarefa de assegurar os direitos da população síria cabe primordialmente às autoridades do país, sem intervenções externas. O Brasil também defendeu que as partes envolvidas ou apoiadoras do conflito se abstenham de ações que possam prolongar a disputa.
Em relação à resolução sobre o Irã, o Brasil diz que reconhece os esforços do relator especial da ONU Ahmed Shahhed – principalmente na defesa de direitos humanos, de jornalistas, mulheres e minorias religiosas no país – mas que ainda há violações graves e falta cooperação do governo iraniano.
Segundo a nota, “o aumento no número de execuções no Irã, seguindo a aplicação da pena de morte também é uma questão com a qual o Brasil particularmente se preocupa”. “Esperamos que o engajamento do Irã com os mecanismos de direitos humanos das Nações Unidas se traduza em medidas efetivas para promover e proteger os direitos humanos no país”, avaliou o Itamaraty.