No final de janeiro de 2015, após a captura do palácio presidencial na capital de Iêmen, Sanaa, pelos xiitas, o presidente Abed Rabbo Mansour Hadi apresentou ao parlamento seu pedido de demissão. No entanto, depois que ele escapou da prisão domiciliar em Sanaa para o sul, o presidente retirou sua renúncia e tenta dirigir o país a partir de Aden.
Em janeiro de 2010 Viktor Yanukovich foi eleito presidente da Ucrânia em resultado de eleições consideradas pelas autoridades ocidentais como democráticas. Em fevereiro de 2014, ele foi derrubado durante um golpe inconstitucional, liderado por uma minoria pró-ocidental. No mesmo mês, ele fugiu para a Crimeia, onde declarou sua derrubada ilegal e pediu à Rússia que o ajudasse a reaver o poder. A Rússia se recusou, mas o resgatou e levou para território russo.
Os Estados Unidos criticaram vigorosamente as ações da Rússia e impuseram sanções, acusando o país de intervenção armada na Ucrânia e considerando isso como uma ameaça à paz mundial.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, chamou isso de duplos padrões. Ele está errado. O ativista político norte-americano (que também é um linguista proeminente), Noam Chomsky, apontou há muito tempo que o duplo padrão é, na verdade, um único padrão: os Estados Unidos não consideram que devam se sujeitar às regras de comportamento que eles aplicam a todos os outros. Os EUA ficam sempre gravemente ofendidos quando os outros dizem o contrário. No caso do Iêmen, esta aplicação do padrão único é, ao mesmo tempo, austero e autodestrutivo.
A intervenção saudita no Iêmen, que os Estados Unidos apoiam, é, na realidade, simplesmente o conflito de longa data da Arábia Saudita com o Irã, dos sunitas e os xiitas no Islã. Parece incrível que os Estados Unidos se envolvam de forma tão ligeira num conflito religioso milenar, mal compreendendo e rasgando o direito internacional.