A participação no concurso aconteceu durante o estágio de 9 meses na divisão de astrofísica da NASA, com balões de grande altitude, capazes de levar instrumentos de pesquisa à estratosfera.
Segundo Pedro Nehme, foi justamente o trabalho que realizava o motivo que o ajudou a ganhar o desafio da tarefa, que consistia em acertar o local onde cairia um balão lançado do deserto americano de Nevada. Os participantes tinham que marcar a altitude onde o balão estouraria, além da latitude e da longitude. Pedro explica que acertou a altitude exata, e seu cálculo foi o que mais se aproximou do local certo no mapa. “Eu consegui ter um palpite interessante, mas realmente não esperava vencer, diante de 130 mil pessoas.”
A viagem para o espaço está prevista para acontecer no final de 2015, mas o jovem já passa por uma série de treinamentos. A capacitação é financiada pelo Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira, unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e onde Pedro atualmente é estagiário.
O estudante acaba de voltar ao Brasil, vindo da Filadélfia, nos Estados Unidos, onde realizou treinos na centrífuga Phoenix do Nastar Center. Pedro Nehme diz que a preparação inclui uma rotina dedicada de exercícios físicos e uma dieta restrita. “Envolve todo o treinamento físico de construir massa muscular e tem uma dieta controlada, evitando alimentos que provoquem tontura, como frutas cítricas, chocolate e café.”
Até a viagem, Pedro vai ser acompanhado pela Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial da FAB, que está estudando todo o comportamento do jovem durante o processo de simulações de falta de oxigênio, ejeção e desorientação espacial. “Para eles também é bastante interessante estudar o meu comportamento dentro dessa situação. Essa nova indústria que está surgindo de voos suborbitais não tem um protocolo médico definido, e eles querem definir um novo protocolo, e a minha experiência vai contribuir muito para isso.”
Durante o voo suborbital, Pedro Nehme vai conduzir uma experiência criada por estudantes de escolas públicas brasileiras e selecionada pela Agência Espacial Brasileira. Os estudantes vão desenvolver um dispositivo eletrônico compacto que vai ter como função avaliar os aspectos fisiológicos relacionados à exposição do corpo humano ao ambiente de microgravidade e hipergravidade.