Em entrevista exclusiva ao diretor-geral da agência internacional de notícias Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev, o chanceler disse nesta segunda-feira (6) que “por enquanto, [a operação liderada pelos árabes] não tem nenhum fundamento jurídico internacional”, e afirmou que a Rússia ficou “um pouco decepcionada, para dizer o mínimo, pelo fato de que a operação tenha sido lançada sem qualquer consulta no Conselho de Segurança [da ONU] ou via canais bilaterais".
Lavrov disse que a Rússia valoriza suas relações com a Arábia Saudita e outros membros da coalizão internacional, mas criticou o fato de que a coligação só tenha pedido a autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas a posteriori.
Em março, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou uma operação militar contra as posições dos rebeldes no Iêmen, a pedido do presidente Hadi. Ao longo das últimas duas semanas, as hostilidades em curso já resultaram na morte de 519 pessoas, incluindo 90 crianças, segundo dados da ONU.
O número de mortos subiu vertiginosamente após o início dos bombardeios aéreos liderados pela Arábia Saudita. A escalada do conflito fez com que vários países retirassem seus cidadãos do Iêmen, incluindo a Rússia, a China, os Estados Unidos e a Índia.
Na semana passada, Moscou apresentou um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU para conseguir uma pausa humanitária nos ataques aéreos. A proposta ainda será analisada.