Desde o início da crise ucraniana, lembra Migo, Anders Fogh Rasmussen, e depois seu sucessor Jens Stoltenberg, fizeram numerosas declarações de caráter agressivo em relação à Rússia. O comandante-em-chefe das forças da OTAN na Europa, Philip Breedlove, também acusou repetidamente Moscou de agressão na Ucrânia, apresentando numeros que sempre foram tratados como fantasiosos pela Inteligência da francesa, destacou Migo.
"A França não deixará ser enganada. A França possui suas próprias fontes de informação e conhece bem a explicação para a crise na Ucrânia" — afirmou o observador francês.
Na opinão de Migo, "ao contrário de alguns países-membros da OTAN, a França não acredita nem por um segundo na possibilidade de uma agressão russa em países bálticos ou na Polônia".
Segundo ele, Paris "faz de conta que participa na política da OTAN em solidariedade aos seus parceiros de aliança".
"Se França não temesse sanções por parte da União Europeia, ela já teria há tempos fornecido os Mistrais à Rússia" – acredita Migo.
Nas suas palavras, a França sempre fez o papel de mediador entre os "falcões da OTAN" e a Rússia, e agora, por manter relações especiais com a Rússia, pode desempenhar um papel ainda mais importante.