Durante a recente Linha Direta, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que, no caso do assassinato de Boris Nemtsov, já foram encontrados e detidos os autores do crime. Ao mesmo tempo, "na Ucrânia, que pretende ser uma democracia e tenta aderir à Europa democrática, nada disso acontece. Onde estão os assassinos dessas pessoas? Eles simplesmente não existem, nem os mandantes, nem os executores. E tanto na Europa como na América do Norte preferem não ver o que se passa, escreve a publicação Nacional Interest.
"É claro que esses crimes são todos parte de uma mesma tendência. Esta é uma provocação deliberada dos nossos inimigos, provocação destinada a desestabilizar a situação política na Ucrânia, a desacreditar a escolha política do povo ucraniano", declarou Poroshenko em comunicado.
Em outras palavras, Kiev acredita que esses crimes são obra de estrangeiros que tentam derrubar o governo e não uma evidência de tendências perigosas do próprio país.
De acordo com o Nacional Interest, a guerra no leste da Ucrânia reforçou a divisão existente no país e a radicalizou a vida política. Mas estes problemas são principalmente internos e, ao não reconhecê-los como tal, Poroshenko perde uma oportunidade de lidar com eles. São precisamente esses problemas que representam a maior ameaça à democracia e ao Estado ucraniano, de acordo com o autor da matéria.