Em resposta à pergunta "Em que grau você confia nos principais meios de comunicação social de seu país, quando se trata de cobertura imparcial e objetiva da crise ucraniana?", mais da metade dos entrevistados (54%) respondeu que não confia na mídia do seu país. Totalmente confiam na mídia apenas 4% dos inquiridos.
O especialista nas questões da Grécia Aristides N. Hatzis, professor da Universidade de Atenas, explica que as mídias gregas são leais e amigáveis em relação à Rússia. Por outro lado, disse ele, os gregos desconfiam da mídia nacional.
Uma alta percentagem de desconfiança em relação às mídias verifica-se na Alemanha, onde mais de metade — 57% — dos alemães também duvidam da veracidade dos meios de comunicação em conexão com os acontecimentos na Ucrânia ("não confio" — 15%, ou "prefiro não confiar" — 42%). Os franceses que confiam nas informações sobre a crise ucraniana são 47%, os que não confiam são 40%.
De acordo com o cientista político francês e explorador Jean-Yves Camus, no Ocidente há uma grande desconfiança dos cidadãos em relação à imprensa e outros meios de comunicação.
“O número de revistas e canais de TV independentes está diminuindo. Estes dados (resultados da pesquisa) não me surpreendem, especialmente em relação ao conflito ucraniano. As informações da nossa televisão ou revistas sobre o conflito, muitas vezes, se referem a fontes anónimas e ninguém é responsável por essas informações”, disse.
As mídias da Grã-Bretanha, em comparação com outros países, suscitam maior confiança nos cidadãos. Apenas 33% acreditam que não se deve confiar em seus meios de comunicação, enquanto 55% das pessoas acredita que eles cobrem os acontecimentos na Ucrânia com veracidade e sem deturpações.
O ex-embaixador britânico na Rússia Tony Brenton afirma que a mídia britânica não cobre adequadamente os acontecimentos da crise ucraniana a partir da posição do lado russo.
“Embora a mídia do Reino Unido, sem dúvida, seja muito mais objetiva do que a russa ou ucraniana na cobertura da crise, nela não há histórias que falem sobre o ponto de vista do lado russo. Temos muitos exemplos”, relata agência Sputnik, citando Brenton.
A pesquisa foi realizada pela ICM Research no período de 20 março — 9 abril de 2015 no Reino Unido, Alemanha, França e Grécia. A amostra foi constituída por 4.001 pessoas (1.001 entrevistados na Grécia e 1.000 em cada um dos outros países).
O projeto "Sputnik-Opiniões" de investigação internacional da opinião pública foi lançado em julho de 2014. Ele realiza pesquisas regulares de opinião pública na Europa e nos Estados Unidos sobre as questões sociais e políticas mais prementes.