Chanceler russo insta EUA a cumprir normas de não-proliferação de armas nucleares

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensEntrevista do chanceler russo Sergei Lavrov às emissoras Sputnik, Ekho Moskvy e Govorit Moskva
Entrevista do chanceler russo Sergei Lavrov às emissoras Sputnik, Ekho Moskvy e Govorit Moskva - Sputnik Brasil
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Todo o mundo precisa cumprir as normas estabelecidas pelo Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, violadas por vários Estados e blocos internacionais, declarou nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

De acordo com o chanceler russo, que concedeu uma entrevista de duas horas às emissoras Sputnik, Ekho Moskvy e Govorit Moskva, os Estados Unidos e a OTAN violam estas regras colocando seus arsenais nucleares em vários países do mundo.

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No entanto, comentando o assunto das armas não nucleares, o ministro destacou que a Rússia busca "cooperação regular" com vários países para "poder cumprir missões em todo o planeta".

Parceria latino-americana

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Um dos parceiros internacionais mais importantes da Rússia é a América Latina. E os produtores e exportadores russos usam muito esta possibilidade. Nesta quarta, a empresa Vertolioty Rossii (Helicópteros da Rússia) começa a sua participação na exposição internacional do México Feria Aeroespacial 2015. Recentemente, terminou no Rio de Janeiro a exposição internacional de armamentos LAAD 2015, durante a qual a parte brasileira avaliou muito positivamente o desempenho dos helicópteros russos usados para missões de busca e resgate. A Argentina também usa helicópteros Mi-171E para resgate na região Antártica do país. Também o México possui helicópteros de fabrico russo.

Estes países planejam comprar mais veículos aéreos russos.

Na sua entrevista, Lavrov assegurou que esta parceria deve ser essencialmente pacífica, virada para o fortalecimento dos sistemas da defesa dos países latino-americanos. Comentando a possibilidade de a Rússia instalar uma base militar na América Latina, o chanceler russo disse: "Uma base no sentido estadunidense, cheia de armas, feita uma fortaleza, não queremos, não vemos necessidade disso. Deve ser uma base para descansar, se recuperar, reabastecer".

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S-300

Respondendo a uma pergunta sobre uma eventual aliança militar entre a Federação da Rússia e o Irã, o ministro Lavrov respondeu firmemente que isso não é realista, nem em um futuro próximo. A Rússia nem recebeu nenhuma proposta a este respeito.

"Não há nenhuma necessidade para uma união militar. Nem nós, nem os iranianos precisam disso. Eu declaro que nós não recebemos nenhuma proposta do Irã [a este respeito], e eu acho que é completamente irrealista e desnecessário", comentou Lavrov. 

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensEntrevista de Lavrov
Entrevista de Lavrov - Sputnik Brasil
Entrevista de Lavrov

Houve uma pergunta sobre se a Rússia não segue uma política de padrões duplos ao se opor aos sistemas de defesa antiaérea dos EUA ao mesmo tempo que fornece complexos de mísseis S-300 ao Irã. Lavrov reagiu dizendo que a capacidade de combate do S-300 é menor se comparada com a do sistema norte-americano. Dá a sensação de que os EUA estão se preparando para uma guerra nuclear:

"Os S-300 não são uma arma que possa ser usada contra mísseis nucleares, como é o caso do sistema norte-americano de defesa antiaérea".

Mesmo assim, quem quiser bombardear o Irã pensará duas vezes. "Não queremos que o Irã seja alvo de uma agressão ilegítima", frisou Lavrov. Por isso a Rússia lhe fornece estas armas puramente defensivas, comentou.

Terrorismo é a ameaça principal

Como para o resto do mundo, para a Rússia o terrorismo internacional constitui uma ameaça grave. Na entrevista, o chanceler Lavrov até a considerou como a ameaça mais importante que a Rússia enfrenta.

Outras duas ameaças sugeridas pelos jornalistas são a OTAN e a China. Comentando a possibilidade de um eventual conflito econômico entre a Rússia e a China, Lavrov assegurou que as relações entre estes dois países são de parceria estratégica, o que exclui a possibilidade de ameaça. Pelo contrário, disse o ministro, essa parceria contribui para a estabilidade da região.

Já a ampliação da OTAN é um fato que preocupa Moscou, mas é necessário desenvolver mecanismos de cooperação com esta aliança, que anteriormente eram bons, mas foram "de repente suspensos pela OTAN", disse o chanceler russo.

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