“Não pode haver reconciliação entre Polônia e Ucrânia sem um diálogo”, disse ele numa entrevista ao canal televisivo TVN24.
“Temos muito trabalho adiante para [reconstrução] das nossas relações”, acrescentou.
O presidente Komorowski frisou que a desgraça da nova lei é que ela impede qualquer diálogo histórico entre os dois países no futuro.
Bohdan Pietka, historiador e publicista independente, num comentário à Sputnik Polska duvidou da sinceridade de Bronislaw Komorowski:
“No que se diz respeito às palavras de ontem do presidente Komorowski de que a heroicização do UPA impedem o diálogo histórico ucraniano-polonês, elas foram ditas no interesse da sua campanha eleitoral durante a qual é preciso manobrar. Se não fosse pelas eleições, Bronislaw Komorowski provavelmente não diria essas palavras”.
No dia 9 de abril, o parlamento ucraniano aprovou uma lei que reconhece como um “combatente pela liberdade” qualquer pessoa que tenha lutado pela independência da Ucrânia entre novembro de 1917 e 24 de agosto de 1991. Independente de terem feito parte de grupos formais, informais, subterrâneos, militares ou guerrilheiros, essas pessoas passam a ter direito a benefícios sociais ao abrigo da nova lei.
Entre as organizações abrangidas pela controversa legislação estão o UPA e a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), que colaboraram com a Alemanha nazista e são responsáveis por inúmeras atrocidades.
Ao mesmo tempo parece que o respeito pela memória dos compatriotas na mente dos altos funcionários poloneses é mais fraco do que a antipatia em relação à Rússia e medo da mítica ameaça russa. Assim o chanceler da Polônia Grzegorz Schetyna nesta quinta-feira (23) manifestou que a Polônia, junto com outros países, pode apoiar as “capacidades defensivas” ucranianas em caso de escalação do conflito no leste da Ucrânia.