No decurso do encontro presidencial russo-argentino, que acontece nesta quinta-feira (23) no quadro da visita oficial de Cristina Kirchner a Moscou, Vladimir Putin sublinhou que há muito progresso nas relações entre os dois países.
"O desejo dos nossos países e povos de desenvolver as relações mantém-se. Nos últimos tempos, aumentaram consideravelmente os contatos políticos e cresceu o intercâmbio comercial", destacou o presidente russo as tendências positivas mais evidentes.
Porém, Putin indicou que há "algumas questões complicadas" nas relações bilaterais, que precisam ser tratadas.
"É um ano muito especial para a Rússia e a Argentina, porque se cumprem 130 anos das nossas relações diplomáticas. E para o mundo, porque em poucos dias, em 9 de maio, cumprem-se os 70 anos da derrota do fascismo e nazismo".
É especialmente importante lembrar isso em um período quando o mundo inteiro acompanha uma onda de neonazismo em várias regiões do planeta.
Segundo previsões oficiais, o encontro irá terminar com a assinatura de até 30 documentos de cooperação e planos de ação em diferentes esferas.
No momento, já se soube que as partes podem discutir a possibilidade de realizar intercâmbio comercial em moeda local, sem ter que utilizar o dólar. A questão da integração do Mercosul e a União Econômica Eurasiática também foi tratada. Estes organismos internacionais estão prontos para assinar um acordo de cooperação.
Além disso, Vladimir Putin declarou que o processo de implementação na Argentina do sistema russo de navegação por satélite Glonass será incentivado.
O presidente russo também manifestou que a Rússia apoiará a Argentina na sua tentativa de realizar consultas diretas com o Reino Unido para resolver olitpigio territorial das ilhas Malvinas.
As Malvinas, que os britânicos chamam de Falkland, têm sido reclamadas pela Argentina desde 1982, quando perdeu o arquipélago ao Reino Unido. 649 argentinos e 255 britânicos morreram na Guerra das Malvinas.
Recentemente, o governo britânico declarou que iria aumentar a sua presença militar nas ilhas. Esta decisão foi condenada tanto pelas autoridades, como pela oposição argentina, e também por outroso países da região, preocupados pela militarização das ilhas, uma parte considerável das quais permanece com minas possivelmente ativas.
Após o encontro, espera-se a assinatura de um acordo de cooperação entre os Ministérios da Defesa dos dois países, de cooperação nas áreas ambiental e de combate ao tráfico de drogas, assim que documentos que estabelecem ou ampliam parceria bilateral em outras esferas.