De acordo com Obama, a morte do voluntário estadunidense Warren Weinstein (sequestrado da Al-Qaeda) e do italiano Giovanni Lo Porto, que também trabalhava em missões humanitárias, era um “acidente”. Mas vários observadores, inclusive os norte-americanos, insistem que o uso de drones para combater terrorismo no Oriente Médio pode não ser o meio correto.
A declaração de Obama foi feita após ele ter sido informado sobre a investigação, concluída em abril.
No entanto, a CIA, a cujo cargo estão os ataques de drones no Paquistão, afirmou para justificar-se que não havia nenhum indício de que no prédio bombardeado pudessem estar pessoas que não eram terroristas.
As autoridades italianas, nomeadamente o primeiro-ministro, Matteo Renzi, e o chanceler, Paolo Gentiloni, reagiram à morte do cidadão italiano, expressando o seu profundo lamento pelo fato.
Já um jornalista do Corriere della Sera diz que Lo Porto foi morto quatro vezes: “pelos sequestradores, pela nossa distração, por uma bomba vinda do céu, pelo segredo militar”.
Pois foi o segredo militar que impediu o mundo de comprovar que o ataque realizado em 15 de janeiro deste ano de verdade matou, além de quatro terroristas, duas pessoas que esperavam a libertação.
Ambos os civis tinham sido sequestrados pela Al-Qaeda, Weinstein, em 2011, e Lo Porto, em 2012.
Dois dos quatro terroristas que, sim, foram alvo do ataque daquele drone, também eram estrangeiros, de nacionalidade estadunidense. Mas os dois estrangeiros prisioneiros não deviam estar entre os mortos naquela ocasião.
Contudo, se o presidente norte-americano pediu desculpas pelo ataque em que estrangeiros morreram, ele não faz o mesmo com os afegãos inocentes que se tornam vítimas constantemente de outros ataques.
As operações militares com drones são da responsabilidade da CIA.
Esta prática inumana de uso constante de drones contra qualquer agrupamento de pessoas que possa parecer suspeitosa foi reiteradamente criticada pelos próprios cidadãos estadunidenses e pela comunidade mundial.
No entanto, combate ao terrorismo está parecendo mais combate ao povo.