A Europa pode levantar as sanções antirrussas quando for alcançada uma solução pacífica do conflito ucraniano, disse o antigo comissário europeu Günter Verheugen acrescentando que os políticos europeus provavelmente não irão fazer depender o levantamento das sanções do problema da Crimeia.
“Provavelmente os políticos europeus não irão pressionar Moscou para devolver a Crimeia porque é claro que isto é possível somente através da força militar. E sinceramente ninguém quer uma intervenção militar. A situação é bastante clara”, frisou Verheugen.
Segundo o político, a promoção da ideia da zona transatlântica de comércio livre não contradiz a discussão simultânea sobre a zona de comércio livre entre a União Europeia e a Rússia. Verheugen acha a ideia de uma zona econômica unida entre Lisboa e Vladivostok absolutamente realizável.
“A Rússia é um parceiro importante e forte. A Rússia é uma parte integrante da Europa. Ver por exemplo a questão do futuro abastecimento energético da Europa. Precisamos da Rússia como um parceiro econômico, como um parceiro para lidar com os desafios globais. Sim, precisamos da Rússia. Mas a Rússia também precisa de nós”, manifestou.
Anteriormente o ex-embaixador dos EUA na Rússia Michael McFaul, em entrevista ao periódico Ukrainskaya Pravda declarou que a integração da Crimeia à Rússia já é um fato histórico e as autoridades ucranianas precisam de ser realistas quanto a isso.
“A posição russa é a seguinte: as regiões do Leste da Ucrânia são parte da Ucrânia, ao contrário da Crimeia, que foi uma vez entregue à Ucrânia como resultado de uma confusão histórica. Hoje, ninguém tem dúvidas de que as regiões orientais fazem parte do território ucraniano”, declarou Aleksei Pushkov, presidente do Comitê Internacional da Duma de Estado
A península da Crimeia e a cidade de Sevastopol tornaram-se territórios russos após o referendo de março de 2014, quando a maioria dos participantes do sufrágio votou em favor da reunificação com a Rússia (96,77% na Crimeia e 95,6% em Sevastopol).