Boko Haram se proclama província do Estado Islâmico e se prepara para atacar

© AP Photo / AP Photo/Boko Haram,FileMiltantes do Boko Haram
Miltantes do Boko Haram - Sputnik Brasil
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Após anos em guerra, o grupo terrorista Boko Haram muda seu nome em uma tentativa de estabelecer um Estado islamista no noroeste da Nigéria.

O grupo extremista Boko Haram mudou seu nome para "Província da África Ocidental da Organização do Estado Islâmico", escreve o jornal britânico The Independent neste domingo (26).

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Lembramos que em março passado o Boko Haram jurou lealdade ao líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. "O Boko Haram foi renomeado para lançar uma nova ofensiva contra as forças governamentais".

O grupo radical sunita Boko Haram passou cinco anos travando uma guerra de guerrilha para estabelecer um Estado islamista no nordeste da Nigéria e está por trás da maioria dos ataques cometidos no país.

Também atua no norte de Camarões, atacando aldeias, roubando mercadorias e levando pessoas como reféns.

O fortalecimento dos laços com o Estado Islâmico pode ter um impacto significativo no progresso militar do Boko Haram, escreve o Independent alegando a BBC Africa. 

Entretanto, sinais alarmantes já apareceram – militantes do Boko Haram que, segundo a Anistia Internacional, conta com cerca de 15 mil membros, neste sábado (25) atacaram uma base militar do exército do Níger situada na ilha de Karamga, no lago Chade, matando um grande número de soldados, divulga o jornal nigeriano Leadership. Os terroristas usaram canoas motorizadas para o assalto. 

A Reuters informa que as ilhas no lago Chade, que se situam em um denso pantanal, são uma base ideal para efetuar ataques de surpresa contra territórios de países que têm acesso ao lago: Chade, Camarões, Níger e Nigéria. 

As perspectivas parecem sinistras: com a possível ajuda do Estado Islâmico o Boko Haram poderá criar um "califado islâmico" ao redor do lago Chade, no centro da África, parecido com o território ocupado pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque.  Vale a pena sublinhar que os exércitos africanos até o momento não conseguiram combater o Boko Haram e o auxílio estrangeiro provavelmente não virá. Por exemplo, numa entrevista ao The Wall Street Journal, publicada em 13 de fevereiro,  o presidente nigeriano Goodluck Jonathan apelou aos Estados Unidos para maior assistência na luta contra os islamistas do Boko Haram.

“Eles não estão combatendo o EI? Porque não podem eles vir para a Nigéria?”, perguntou Jonathan.

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Muitos analistas e políticos consideram o avanço do EI como mais um fracasso da política de "caos controlado" praticada pelos EUA. Por exemplo, o presidente da Síria, Bashar Assad, numa entrevista recente declarou que "O EI foi criado no Iraque, em 2006, sob a supervisão dos norte-americanos" e que "o EI veio do Iraque para a Síria porque o caos é contagioso". O chefe do Estado-Maior Geral das Forças Armadas do Irã, general Hassan Firuzabadi, acusou por sua vez os EUA de fornecerem armas ao Estado islâmico.

O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, inicialmente operava na Síria, onde seus militantes lutaram contra as forças do governo. Há alguns meses, aproveitando o descontentamento dos sunitas iraquianos com as políticas de Bagdá, o Estado Islâmico lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho, o grupo anunciou a criação de um "califado islâmico" nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.

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