Na segunda-feira, 27 de abril, o jornal alemão Suddeutsche Zeitung divulgou a informação citando fontes diplomáticas do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
Poucos dias antes do acidente, a chancelaria divulgou um relatório em que se afirmava que a situação no leste da Ucrânia era "preocupante", e que um avião de transporte fora derrubado na mesma área a mais de 6.000 metros de altitude, mas nunca chegou a notificar o Ministério dos Transportes e as companhias aéreas.
O relatório da chancelaria alemã citava especialistas aeronáuticos que declararam que, para abater um avião voando a tal altitude, foi usado um tipo especial de armamento, o que automaticamente punha em perigo todos os voos comerciais na região afetada pelo conflito.
Os investigadores ainda continuam buscando os responsáveis pelo acidente do voo MH17, que caiu na região de Donetsk, matando todos os 298 passageiros e tripulantes.
No mesmo dia que a catástrofe aconteceu (17 de julho), três aviões da empresa alemã Lufthansa sobrevoaram a área do acidente, incluindo um 20 minutos antes do MH17, divulgou o Suddeutsche Zeitung.
A chancelaria alemã não comentou a informação. O Ministério Federal dos Transportes declarou que o governo não tinha informações sobre os riscos para a aviação civil antes do acidente do Boeing malaio.
Este não é o primeiro caso nebuloso na investigação da catástrofe.
Mais cedo foi tornado público que a Holanda continua a esconder 147 documentos da investigação.
Em setembro de 2014, a Holanda publicou um relatório prévio, que só confirmou que o avião malaio se desintegrou durante o voo “por causa de danos estruturais provocados pela ação externa de numerosos objetos de alto potencial energético”, mas não especificou a fonte destes objetos, deixando espaço para especulação sobre a arma usada para abater a aeronave. O relatório completo pode ser publicado em outubro deste ano.