Contudo, a parte boliviana irá apresentar à Santa Sé uma "versão razoável" do assunto.
O embaixador Loaiza criticou a parte chilena por exagerar a situação: "[O Chile] atua como se nós estivéssemos subvertendo a ordem regional e internacional, buscando uma mudança de fronteiras. Eu acho que é um exagero e isso está claro também para o Vaticano".
"O litígio boliviano-chileno não é um conflito como o palestino-israelense, que em qualquer momento pode converter-se em um episódio bélico. A reivindicação boliviana é um contencioso como o de Gibraltar. Não põe em perigo a paz", frisou Loaiza.
"O Chile acredita que nós intentamos procurar a intermediação do Papa; não é assim", defende o ex-chanceler, nomeado para o cargo de embaixador no Vaticano neste mês de abril.
O TIJ irá ouvir a parte chilena nos dias 4 e 7 de maio. Já a Bolívia irá apresentar os seus argumentos em 6 e 8 de maio.
A Bolívia perdeu definitivamente o acesso ao oceano como consequência da Segunda Guerra do Pacífico (1879-1883). Atualmente, está vigente um acordo de cessão assinado pelo Peru, que concedeu ao país vizinho o porto de Ilo por um prazo de 99 anos. O acordo faz parte do projeto Boliviamar, do qual o Chile também faz parte. Mas a Bolívia reclama uma saída permanente ao mar.
Há dois anos, em 24 de abril de 2013, o governo de Evo Morales iniciou a demanda formal solicitando ao Chile a negociação de uma saída para o oceano.