Bolívia não quer ajuda da Igreja para resolver litígio territorial

© AFP 2023 / FRANCK FIFERegião de Antofagasta, hoje em dia território do Chile
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O embaixador da Bolívia no Vaticano, Armando Loaiza, declarou que o seu país não irá pedir a ajuda da Santa Sé no litígio territorial com o Chile relativo à obtenção de uma saída ao Pacífico.

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Em uma entrevista ao jornal boliviano Página Siete, Loaiza, chanceler desse país em 2005 e 2006, insiste que o Vaticano "é uma instituição de um enorme prestígio, mas é muito difícil que atue como uma instituição para resolver conflitos".

Contudo, a parte boliviana irá apresentar à Santa Sé uma "versão razoável" do assunto.

O embaixador Loaiza criticou a parte chilena por exagerar a situação: "[O Chile] atua como se nós estivéssemos subvertendo a ordem regional e internacional, buscando uma mudança de fronteiras. Eu acho que é um exagero e isso está claro também para o Vaticano".

"O litígio boliviano-chileno não é um conflito como o palestino-israelense, que em qualquer momento pode converter-se em um episódio bélico. A reivindicação boliviana é um contencioso como o de Gibraltar. Não põe em perigo a paz", frisou Loaiza.

"O Chile acredita que nós intentamos procurar a intermediação do Papa; não é assim", defende o ex-chanceler, nomeado para o cargo de embaixador no Vaticano neste mês de abril.

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No entanto, uma pesquisa de opinião pública chilena demonstra que cerca de 54% dos chilenos acreditam que o Tribunal Internacional da Justiça (TIJ) de Haia irá se pronunciar a favor da Bolívia neste litígio.

O TIJ irá ouvir a parte chilena nos dias 4 e 7 de maio. Já a Bolívia irá apresentar os seus argumentos em 6 e 8 de maio.

A Bolívia perdeu definitivamente o acesso ao oceano como consequência da Segunda Guerra do Pacífico (1879-1883). Atualmente, está vigente um acordo de cessão assinado pelo Peru, que concedeu ao país vizinho o porto de Ilo por um prazo de 99 anos. O acordo faz parte do projeto Boliviamar, do qual o Chile também faz parte. Mas a Bolívia reclama uma saída permanente ao mar.

Há dois anos, em 24 de abril de 2013, o governo de Evo Morales iniciou a demanda formal solicitando ao Chile a negociação de uma saída para o oceano.

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