Obama busca acordo comercial com a Ásia e diz que fracasso beneficiaria China

© AP Photo / Susan WalshO presidente dos EUA, Barack Obama, durante o briefing de 23 de abril, expressa suas condolências às famílias de Warren Weinstein e Giuseppe Lo Porto
O presidente dos EUA, Barack Obama, durante o briefing de 23 de abril, expressa suas condolências às famílias de Warren Weinstein e Giuseppe Lo Porto - Sputnik Brasil
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que enfrenta uma disputa dura dentro de seu próprio Partido Democrata sobre livre comércio, advertiu que a China aproveitará o vácuo econômico que os EUA podem deixar, caso não consigam concluir uma proposta de acordo de livre comércio com a Ásia.

"Se não escrevermos as regras, a China as escreverá naquela região", afirmou Obama em entrevista ao Wall Street Journal. Ele disse que, sem o acordo, empregos serão perdidos nos EUA, prejudicando as empresas e também o setor agrícola.

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Obama também advertiu para a existência de um sentimento antiglobalização em Washington, refletido na oposição dos democratas ao livre comércio, nos esforços do oposicionista Partido Republicano para acabar com o Export-Import Bank e na falta de prontidão do Congresso para aprovar novas regras para a operação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O que não podemos fazer, porém, é nos retirar", afirmou Obama. "Tem havido uma confluência de engajamento antiglobal de elementos tanto da direita quanto da esquerda que eu acho um grande erro", completa, segundo a Agência Estado.

Obama disse que os negociadores americanos estão trabalhando para finalizar a Parceria Trans-Pacífico, um acordo de comércio entre 12 países do Pacífico. Ao mesmo tempo, ele luta para conseguir uma autorização do Congresso para garantir um "fast track" nesse assunto. Caso consiga esse aval do Legislativo, os congressistas poderão apenas aprovar ou rejeitar o acordo resultante, ficando impedidos de propor emendas ao documento. O acordo de comércio será um dos assuntos entre Obama e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que visita a Casa Branca nesta semana.

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O Comitê de Finanças do Senado aprovou com folga o fast track na semana passada, com forte apoio bipartidário. Na Câmara, porém, um comitê aprovou a mesma medida com o apoio de apenas dois democratas. Isso é uma mostra do tamanho da oposição entre os próprios democratas, particularmente a esquerda do partido, ao acordo sendo negociado.

Os críticos à esquerda, particularmente aqueles no movimento trabalhista, dizem que os acordos de livre comércio tiram empregos dos EUA. Segundo eles, a competição com países com salários mais baixos resultam em salários estagnados e maior desigualdade de renda nos EUA.

A ex-secretária de Estado Hillary Clinton também se recusou a apoiar o acordo, ainda que tivesse trabalhado por ele enquanto ainda estava no posto.

Obama argumenta que o acordo será positivo pois terá diretrizes mais fortes sobre padrões de trabalho e meio ambiente. Já os críticos apontam que esses aspectos foram de difícil cumprimento no caso do Tratado Norte-americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), negociado nos anos 1990.

O presidente disse que os negociadores de EUA e Japão chegaram perto de fechar um acordo bilateral de comércio. Isso ajudaria a fechar o pacto mais amplo entre as 12 nações do Pacífico. Segundo Obama, porém, ainda há divergências com Tóquio e ele não espera que sejam completadas todas as negociações no encontro desta semana.

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